sábado, 6 de dezembro de 2008

06 de Dezembro

Hum. É, eu sei o que você está imaginando: "Mas que merda significa 6 de dezembro?"
Pois é, hoje seria o grande dia do meu aniversário (que na verdade seria apenas dia 7, mas preferi comemorar dia 6), aliás, será. Mas porra, eu olho para trás, e me sinto o mesmo merdão infantil de quase um ano atrás. Parece que vou, mais uma vez, completar 15 anos de idade. Será esquisito, uma vez longe de onde passei meus últimos três aniversários.
Mais um ano de vida, menos um ano na vida. Coisas boas, ruins, coisas "mais ou menos". De seis meses para cá, aconteceram várias coisas, lágrimas de tristeza e de alegria passaram pelo meu rosto. Amadureci sem perceber, pancadas que quase me derrubaram, braços que me reergueram. Devo muito a muitos.
No começo do ano, era um cara idiota que ficava zoando os outros numa tremenda infantilidade. Certo, ainda faço isso, mas com certa moderação. Conheci pessoas novas, principalmente dis amigos, os quais tenho certa afeição.
Na primeira semana de aula, tinha um cara de 1.80m de altura na minha classe, parecia um monstro, com barba mal feita e um cabelo muito loucão. Eu tava na minha, anti-social como sempre. Hora do intervalo e eu apenas sentado no banco, quando o cara de repente senta do meu lado. Sem olhá-lo diretamente, apenas falo: "Beleza?", e aí foi o início de uma amizade.
Outra, eu tava mais uma vez na minha, apenas observando, quando notei uma certa garota lendo um livro de Harry Potter, o qual eu jpa havia lido. Porra, deu uma baita vontade de contar o final, mas não o fiz. Depois, enquanto rabiscava meu caderno, a tal garota veio perguntar o que eu tava desenhando (ela viu e ainda riu do meu desenho, humpf!). Eu fazia merda nenhuma, e, de repente, ela pede preu mexer a perna para ficar numa posição pra ela me desenhar melhor. Fiquei amis amigo dela quando o "monstro de 1.80m" foi no banheiro e eu fiquei na porta da sala, então ela veio puxar assunto. Hoje, realmente, é uma grande amiga, uma das poucas pessoas que posso dizer que me conhece bem.
Após a morte do meu pai, em maio, evento o qual não gostaria de comentar agora, realmente pude conhecer mais a minha família, dando a mesma abertura para que me conhecessem melhor. Saí mais com meus primos, chorei o que tinha para chorar, ri o que tinha para rir. Fui feliz.
Um ano, não, seis meses inesquecíveis. Os seis meses mais curtos e mais longos que já tive na vida. Coisas acontecem ao acaso, diria. Mas aê olho o calendário. Seis meses que me divirto, mas sete meses que sofro. Porra, meu pai, meu herói, "meu capitão". Eu gostaria que ele estivesse aqui. O meu "véi", como eu o chamava. Sempre gostou de organizar meu aniversário. Nunca deixava passar em branco. Fazia com a minha madrinha nem que fosse um bacalhau para os amigos jantarem. Ainda tenho a visão de quando ele, certa vez, me chamou. Eu saí do computador e fui até ele, deitei em sua rede e começamos a jogar conversa ao vento. Lembro de como seu cabelo era fino, e como sua barba era áspera e de como seu bigode era grisalho. Já o chamei de várias coisas, ams sempre em carinho: Véi, Pirão, Gereba, etc. Mas sempre gostava de chamá-lo de Pai. Porra, o cara era foda.
Sei que ele não é o herói que sempre pensei que fosse. Era homem, humano. Tinha suas falhas. Mas um bohêmio que amava mesa de bar, amigos, conversas, política. Um formador de opiniões. Tinha lá suas esquisitices, chegava em casa com minha mãe depois duma reunião com os amigo num barzinho e logo preparava um leite com Toddy e sanduíche de patê de atum ou sardinha.
2008, um ano que ficará na história. Meus quinze anos foram longos. Não sei como será 2009, com meus dezesseis. Espero que melhor, mais farra, mais coisas boas. Mais um ano se passa na minha vida, um ano que jamais voltará. Lágrimas e sorrisos. Fiz muita merda, mas também acertei lá algumas coisas.
C'est la vie!