quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Porque a Terra gira...


...e nenhum pôr do Sol é igual ao outro.

Cada momento não tem volta, jamais se repetirá, o tempo passa, as pessoas mudam. Amores, tristezas: tudo lembranças no curto e árduo caminho da vida. O passado passou, o futuro ainda virá, viva o presente. "Viver o futuro é morrer mais cedo", me disse uma amiga certa vez. E, quer saber, é a mais pura verdade, quando toda a nossa tragetória de sonhos não realizados terá apenas um caminho certo: o fim.

Não vale a pena ter uma vida de arrependimentos. Merdas acontecem freqüentemente em nossas vidas, e, muitas vezes, nós quem fazemos. Quem não queria voltar no tempo para falar àquela garota o quanto gosta dela? Ou de ter tido coragem de roubar-lhe um beijo? Muitas pessoas pensam "Por que não?", enquanto outras pensam "Porque não..."; umas fazem merdas por não pensar, e outras pensam merdas e não fazem nada.

Viver a vida pode significar muitas coisas além de pleonasmo.

Viver a vida é uma arte, não um erro gramatical.



P.S: Texto antigo, de minha autoria, retirado da minha comunidade no Orkut. Ah, e a foto eu que tirei da janela do meu quarto.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Já dizia a música: "...e uma cara embriagada no espelho do banheiro"...

Quantos perfis no Orkut você já viu uma foto tirada num espelho? Pois é, é moda que se alastra por todos. Hoje muuuuuuitas pessoas tem foto assim.

Vim aqui dizer que também sou filho de Deus!

Também tenho direito à fotos no espelho em momentos que o tédio bate! Sério, tirar foto de si mesmo é algo viciante! Bem... pelo menos eu fiquei viciado nisso!








Admita, sou sexy!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Primeiro dia de aula...

Pois é, meu caro leitor (se é que alguém ler esse blog), como disse num post anterios, as férias acabaram. As aulas recomeçaram (para mim elas rerecomeçaram). Mas até que não foi tãããão ruim. Acho até que foi legal.

Primeira aula foi de química, professor tá mor limpeza agora. Dias atrás eu tava vendo o Orkut do cara, só tinha foto dele bêbado em embriaguez ou em quase coma alcoólico. Então, para brincar, sem esperança de obter resposta, eu coloco um comentário numa foto: "Professor, qual a fórmula da cachaça?". Pois é. Ele respondeu. Não, não foi me enviando um recado, mas sim dando um exemplo na aula. Sobre misturas, substâncias e todos os outros assuntos que me dão alergia.

"Gente, não sei se vocês tem msn, Orkut, mas enfim. Um aluno meu chegou e deixou uma menssagem perguntando a fórmula da cachaça...", pois é, instantâneamente, levantei o braço. Toooodo mundo olhou e começou a rir. Uma garota, na frente (eu sento beeeem atrás) gritou: "E pra que tu quer saber a fórmula da cachaça, menino?", "Pra fabricar", retruquei. Então, o professor colocou no quadro bem grande a fórmula do álcool etílico, que, segundo ele, é C2H3OH (é, eu anotei algo da aula de química, pode zoar).

Agooora... bem, sempre tem algumas coisas não tão boas. Uma delas, por exemplo, é que a minha sala é minúscula. Ah, claro, e a mentalidade das pessoas, muita gente infantil demais.

No intervalo, pelo menos, pude conversar com alguns rostos conhecidos, gente fina. Mas agora tô pensando em mudar de classe, ir para uma que é formada apenas por novatos. Talvez seja melhor eu me enturmar com pessoas não tão conhecidas.

Ao decorrer do ano, quem sabe, coloco mais alguma postagem sobre o tema escola. Bem, é isso, volte sempre.

Porra, agora é foda... quando fica sem assunto... mas beleza... consigo dizer "até a próxima"...

Vocês querem que eu comente algo sobre futebol? Não? Ah... pena...

Bem... é isso...

"Até a próxima!!!"

domingo, 25 de janeiro de 2009

Último dia de férias.

Nessas férias acho que eu realmente me diverti pra caralho. Do meio do ano para cá festejei o que tinha para festejar, bebi o que tinha para beber.

Não me arrependo de muitas coisas, só de não ter comemorado mais a vida. Ah, claro, e de beber muito uísque barato, pior que cachaça, coisa que pretendo nunca mais fazer.

Não levarei muita ressaca moral das férias para o começo desse ano letivo. Ah, claro, talvez seja bom (para você) relembrar que fui reprovado. Bem, é algo que, por motivos pessoais, seja até bom. Tenho lá umas paradas pendentes a resolver. E, oras, eu gosto de fazer as coisas bem feito! Por isso farei duas vezes!

Falando sério, agora. Depois de muito tempo, eu posso dizer: "hoje eu sou feliz". Serei uma nova pessoa, um novo Pedro. Tentarei agir de diferente modo do que eu agi no último ano letivo, ser mais eu, deixar de lado essa timidez que me prende atrás de um computador. Se você é do tipo que fica o dia "teclando", eu te aconselho a viver a vida! Afinal, como eu disse em um texto certa vez, "viver a vida é uma arte e não pleonasmo".

A qualquer momento eu posso morrer, assim como você sofre desse mesmo risco qualquer um que está entre nós também sofre. Qual o problema de tentar ser feliz se divertindo? Bebendo, transando, dançando? Viva como uma pessoa comum, não como uma pessoa hipócrita que tenta passar uma falsa cara de santa para se manter nas regras de uma sociedade corrupta onde cada um só é avaliado pelo que tem.

É dia uma revolução que precisamos, tirar o poder dos gordos traseiros que mandam e desmandam, roubas e corropem a sociedade brasileira! Somos filhos deste solo, és mãe gentil! Vamos tomar todo este dinheiro roubado e sujo e queimar! Vamos destruir as casas destes bandidos de gravata, fazê-los sofrer tudo o que eles nos fizeram sofrer! Por tudo o que nós tivemos que engulir, que eles paguem em dobro!

Certo, acho que agora fui radical demais. Melhor não considerar o parágrafo acima com taaaanta seriedade. Enfim, bom ano letivo para quem também começa segunda a vida normal e tediosa. Amanhã posto como foi o primeiro dia de aula de um repetente!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Fotografias.


Estava revirando algumas coisas no meu quarto, fingindo arrumar, quando me deparo com várias fotografias antigas em álbuns com "Revelação em uma hora". É impressionante em como o cheiro de poeira nas pontas dos dedos pode trazer à tona várias lembranças boas.

Fotos de mais de dez anos atrás eternizando pequenos momentos felizes. Viajens, festas de aniversário. Fotografias da minha infância provando que o passado está lá.

A saudade sempre bate quando vejo fotos antigas do meu pai, antes mesmo de eu nascer, quando ele ainda era solteiro, sua juventude. Gostaria de tê-lo conhecido nessa época, não parecia tão sério.

Talvez minha atual paixão realmente seja a fotografia. Capturar toda a beleza de algo sem ter que destruí-lo, podendo, depois, ficar olhando-a por horas. Hoje percebo a importância disso. A importância de sempre nos lembrarmos de momentos que talvez jamais voltaremos a vivenciar. Pessoas das quais jamais poderemos abraçar, beijar, conversar novamente.

A pior coisa existe, creio eu, deve ser esquecer o rosto de uma pessoa amada. Esquecer sua voz, seu cheiro.

Meu pai morreu há vários meses atrás e até hoje tenho dificuldade para aceitar isso. Sempre penso nele, sempre choro por ele. "Está na hora de esquecer 2008", me dizem. Mas por que diabos eu deveria esquecer do meu pai? Não. Não devo esquecer, devo sempre lembrar do que aconteceu. Dos momentos felizes e dos momentos tristes. Amadureci bastante com isso, hoje tento tirar proveito de cada segundo da minha vida. Sei que um dia eu também vou morrer. Ter sempre uma boa lembrança para momentos difíceis.

Ah, e a foto sou eu e meu pai na minha festa de Doutor do ABC.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O bar.

Lentamente o uísque barato escorria pelas pedras de gelo, enchendo o copo. Neste meio tempo, mais uma ponta de cigarro foi largada no cinzeiro de vidro.

O garçom foi atender outra mesa, o freguês apenas ficou ali, perdido em pensamentos, com pessoas conversando em tom alto ao seu redor. Bebia sozinho, fingindo não se importar. A solidão era sua única companheira.

Passou a noite anterior com um amor comprado de seios nus. Em poucas horas passaria folheando revistas no velho banheiro.

Seu uísque desceu queimando a garganta e explodindo no peito. Sentiu a barba arranhar a palma de sua mão quando coçou a bochecha esquerda. Esfregou o rosto. Recordava o passado e cada gole era uma lembrança que ressurgia. Bocejou e fechou os olhos, abrindo após instantes.

Olhou para um lado, para outro. Acabou por notar uma bela jovem ao balcão. Provavelmente tinha o dobro da idade da garota. A pele parecia macia e o curto vestido deixava as belas pernas a mostra. Bebia Campari.

Os olhos dela também acabaram por percebê-lo. Não demonstrou constrangimento, encarando-a com um sorriso no canto da boca, ela retribuíu o gesto erguendo a sobrancelha esquerda.

A bela morena levantou, trazendo consigo a dose de Campari e sentou na mesa sem nem ao menos pedir permissão. Puxou papo e a conversa se desenvolveu bem. Não vendia seu corpo, apenas gostava de usar.

Agora estavam em algum quarto de apartamento. Não muito luxuoso, mas arrumado e limpo. Na cama, os dois se beijaram e entrelaçaram as pernas. A noite foi longa e prazerosa. Os lábios daquela misteriosa garota eram realmente calorosos.

Algo estranho aconteceu. O garçom lhe tocou o ombro. Uma decepção e tanto quando a dura mesa de madeira tomou lugar dos seios macios da morena.

Um dia já foi feliz ao lado de uma mulher. Essa lembrança foi a que mais o machucou.

Voltou a beber sua dose. Acendeu outro cigarro.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Resquícios de sábado à noite.

Banho de mar, carangueijo na praia, choverada, balde d'água de gelo na cabeça, copo de cerveja. Tudo programa de domingo à tarde, mais para uma hora ou meio-dia. Tudo fluindo de vento em poupa para matar a ressaca dos litros de uísque barato nas veias do dia anterior. Cada um tem seu jeito de fazer aquela sede que vem junto daquela dorzinha de cabeça e embrulhado no estômago passar.

Porém, nem sempre podemos contar com isso.

É duro lembrar das merdas de sábado à noite. Numa hora você tá meio alto, fazendo isso, aquilo, então você apaga, perde o controle do seu corpo. Acontece nas melhores famílias.

Não se pode curar a ressaca moral, um dos piores sentimentos do domingo à tarde. Não é para qualquer um, não, meu véi. Você acha que tá tudo bem quando se dá conta que não se lembra o que fez na porra do sábado à noite, só lembra de ter bodado e visto aquela pessoa que provavelmente contará que te viu bebendo para a sua mão.

E se vem neguinho te falar que você ficou com uma mina gatinha e você não sabe se é ou não verdade?

Ou se você fica lembrando daquela garota, gritando seu nome e mandando pessoas ligarem para ela sendo que ninguém conhece?

Resquícios de sábado à noite...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Amor de mãe.

Uma festa de gala. No bairro nobre da cidade a sociedade burguesa se reunia em mais uma comemoração, bebendo vinhos caros com o dedo mindinho levantado. Políticos corruptos, advogados assassinos, banqueiros da máfia. Longe dali, muito longe dali, onde a noite é mais escura, a área pobre. Vidas miseráveis abaixo da linha da pobreza.

Dona Maria deveria ter por volta dos cinqüenta e tantos anos. Aparentava ter muito mais. Morava num barraco pobre onde nenhuma pessoa realmente merecia morar. Porém, estava melhor que a maioria dos moradores do bairro.

As estrelas sumiram quando o céu fechou. A água da chuva caía na calçada e escorria pelo boeiro.

Com os grossos pingos de água lhe martelando a cabeça, uma pobre garotinha de apenas seis anos andava apressadamente. O rosto molhado não só pela chuva, mas também por lágrimas amargas. Renatinha, neta de dona Maria, que agora batia na porta com sua pequenina mão. Em silêncio, ouviu passos de dentro do barraco, em seguida, a porta se abriu. A avó olhou com seriedade para a neta, logo a fazendo entrar.

Renatinha, assustada mas calada, nada fez quando dona Maria lhe jogou uma toalha. Não perguntou o que havia acontecido, entendeu tudo apenas em olhar para as coxas ensangüentadas da pobre menina.

Dona Maria foi até um cômodo do barraco, passando pelo pano que deveria ser a parede. Tirou uma grande faca da gaveta. A lâmina estava cega e enferrujada. Uma expressão de ódio no rosto. Passou pela pequena sala, praticamente ignorando a menina. Saiu na chuva sem se importar, virou à direita andando até o terceiro barraco da rua. A porta estava aberta.

Um outro barraco, menor e sujo. Os poucos móveis caídos. Gritos. Adentrou a sala, atravessou e logo avistava a pequena cozinha. Um homem magro e feio batendo numa mulher também magra. A mulher tombou, caindo para trás, o homem deu-lhe dois pontapés na coxa. A lâmina cega da faca de dona Maria entrou nas costelas do sujeito. Tirou a faca e o encarou.

José tinha uma barba mal feita com um bigode grande, cabelo curto e assanhado. Era o genro da dona Maria. Agora tinha um buraco nas costelas, por onde sangrava. Seu hálito era de cachaça. Sua mão suja com sangue da esposa voou no pescoço da sogra, que acabou por desferir mais um golpe: desta vez acertou a genitália, rodando a faca.

"Filho da puta! Isso é pra tu nunca mais estuprar minha neta, seu merda", rugiu dona Maria. José deixou uma lágrima cair, em seguida, caiu ajoelhado no chão com a faca por entre as pernas. "Ande, minha filha, vamos pra minha casa", falou, num tom de desprezo. A filha se levantou e deu um tapa na mãe, gritando com ódio pelo que havia acontecido com seu amado marido.

Hábitos que não mudam.

Não seria a primeira vez que faria aquilo. Não era mais o amador de anos atrás. Estava estressado com a esposa, com a cara feia do chefe no trabalho e com a idéia de que poderia estar enferrujado. A pelo menos três anos não fazia. Precisava relaxar e aquilo sempre o deixava com uma paz de espírito. Uma recaída, mas, mesmo assim, não seria nada demais.

Calçava quarenta, mas suas botas eram quarenta e quatro. Colocou jornal para não ficar tão frouxo. Assim pareceria mais alto e mais magro nas pegadas deixadas na terra. O céu estava limpo, mas mesmo assim usava capa de chuva. Também tinha luvas em sua mão. No rosto uma máscara de pano negra.

Segurava a faca com firmeza. Era invisível num beco escuro perto de algum bar na área pobre da cidade. Não havia muito movimento. Os carros passavam de meia em meia hora, quando passavam. Viu, então, uma bela mulher passando. Parecia uma porstituta. Casaco barato, botas até o joelho de couro brilhante, top vermelho, chiclete na boca, bolsa pequena e exagerados cabelos pretos. Ela passou pelo beco e logo foi atrás dela. Segurou-a por trás, colocando uma mão em sua boca, a outra, seguurando firme a faca, fez a lâmina lhe tortar a garganta. Outrogolpe, agoa à espinha da prostituta. Enfiou a faca e girou, e o sangue espirrou na barriga. Por último, usando a mão que lhe tampava a boca, quebrou o pescoço dela.

Saiu dali às pressas, voltando ao beco escuro. Tirou a capa de chuva ensangüentada e enfiou cuidadosamente num saco. Em seguida, colocou as botas. Havia outro par de sapatos escondidos estrategicamente. Calçou-os. A faca e a máscara foram para o mesmo saco da capa de chuva, assim como as luvas.

O saco era preto e grande. Levou até um grande tambor de lixo. Colocou o saco ali, em seguida, tirou uma pequena garrafa de álcool no bolso, derramando o líquido no lixo e em seguida o acendendo com um palito de fósforo.

Foi até o carro e logo dirigiu à sua cobertura na área nobre da cidade.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A morte. A vida?

Nesta trama sem sentido, sem pé e nem cabeça, você não encontrará final feliz. Muito menos um final com sentimentalismo barato ou lição de moral. Portanto, lhe aconselho a fechar esta página. Mas, claro, se você for do tipo teimoso e ainda tem a esperança de encontrar algo que se aproveite no tédio deste blog, sinta-se a vontade.

Muito bem. Você ainda está aqui. Por consideração à sua pessoa vou parar de enrolar. Agora seria a hora ideal para descrever o clima. Frio. Agora o cenário. O mais clichê possível de um filme noir em preto-e-branco. O nosso personagem? Um senhor de idade, entre sessenta e setenta anos. Poderíamos descrevê-lo como um mendigo.

Agora vamos acelerar nossa história. Um ataque fulminante lhe invade o peito. Prestes a morrer de uma parada cardíaca, enquanto jovens punks passam perto e olham com indiferença, o coitado tem uma visão de como foi sua vida.

A vida lhe parecia como uma estrada. E nesta estrada, a cada quilômetro, pode-se encontrar um pouco daquilo que era sua dignidade. Uma estrada de sonhos não realizados e amores perdidos. Por entre esses sessenta ou setenta anos que viveu, como, até hoje, jamais havia adiantado aquele momento? Afinal, era apenas um mendigo insignificante num mundo sujo.

Ao que parecia, os jovens punks não o olharam com real indiferença. Amaldiçoou o som da ambulância chegando ali.

Sobreviveu mais um dia para voltar à sua miséria e àquilo que chamavam de vida. "Teve sorte", disse o médico, dando-lhe um tapinha nas costas. Mas, na verdade, sorte era o que lhe faltava.

Foi obrigado a sobreviver por mais dias.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

João e suas lembranças.

Quarentão, quase cinqüenta. Divorciado. A esposa tomou tudo do nosso pobre heróis. Hoje, vive num apartamento mínimo de dois cômodos. As cortinas sujas fechadas sempre, apenas com aquelez clarões azulado da tevê em seus rosto iluminava.

Sentado numa poltrona, apenas de cueca e camiseta, bebia sua Skol estupidamente quente. Na mesa de centro, entre o sofá e a televisão, um último pedaço de pizza na caixa que já estava ali desde o dia anterior. Os dias de João sempre era vazios, bebendo em frente à tevê e remoendo um passado em que se dizia feliz.

Domingo à noite. Não tomava banho desde quarta-feira. Um triste destino para quem um dia foi um brilhante advogado. A Gloria Maria, no Fantástico, falava sobre mais um caso de corrupção no Senado. Passado o sensasionalismo, agora uma reportagem em que o Zeca Camargo rodava lugares históricos de Paris. Conheceu tudo aquilo com sua mulher. Ex-mulher. E mais uma vez as lembranças lhe esfaqueavam pelas costas.

Chorava. Outra facada em seu orgulho cheio de cicatrizes abertas.

Cortou os pulsos. Morreu. Ninguém sentiu falta, só descobriram que ele morreu depois de uma semana, quando o fedor do corpo já invadia o apartamento da vizinha.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Ociosidade.

E lá vem neguinha me falar: "Pedro! Você é muito ocioso, vá praticar algum esporte!". Pois é, mas ninguém vê as coisas que eu realmente faço! Sou um esportista de primeira, oras! Véi, tá pensando que é mole virar doses e mais doses de cachaça? O braço cansa, filha! Por isso que só viro com o esquerdo, para igualar o exércício que já faço com o direito...

Outra: eu jogo buraco! Porra, tem que ter habilidade, todo um preparo físico para distribuir as cartas para os jogadores. Um esporte que já pratiquei certa vez: War! Sabe, aquele jogo fodão de tabuleiro, dados, etc? Exército azul, exército amarelo... então! Agora tenta jogar isso bebendo Red Fruits! Véi.... não é pra qualquer um, não senhor. Ainda mais se for pra beber pura só com duas pedrinhas de gelo. Cansa muito, ainda mais para focalizar os dados e lembrar de pegar a carta após a jogada. Eu mesmo devo ter perdido uns três quilos quando joguei!

Churrasco sábado à tarde! Puta que pariu, ficar naquele calor da churrasqueira num é brinquedo, não. Ainda mais se a maminha com dois dedos de gordura vem quente e você precisa daquela Skol estupidamente gelada para resfriar a língua? Sabe quantas calorias o organismo perde para resfriar a lingüiça dentro da barriga, e quanto perde para aquecer a Skol véu de noiva? Pois é, meu velho, não é todo mundo que agüenta!

E sinuquinha quarta-feira à noite com os amigos, comendo lingüiça e bebendo Coca-Cola? Outra: domingo à noite rodízio de pizza, ficar cortando uns vinte pedaços e ainda ter que mastigar!

Pois é, e ainda tem gente que diz que sou ocioso!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Religião?

- Pai.
- Diga, filho.
- Por que eu devo acreditar na bíblia?
- Ora, se você não acreditar, vai para o inferno!
- Por quê?
- Porque sim. Deus quer assim.
- O senhor já viu Deus?
- Não, meu filho. Deus está no céu!
- Mas olhopara as nuvens e não o vejo...
- Ele está além da nuvens, e não me faça mais perguntas!
- Se está além das nuvens... Ele está no espaço... Deus é um alienígena?
- Não, meu filho! Deus é o todo-poderoso, que nos criou!
- Mas e o Big Bang?
- É mentira.
- E a teoria da evolução?
- Também. Nós não viemos de macacos!
- Então de onde viemos?
- Adão e Eva foram os primeiros seres humanos, eles procriaram e se reproduziram!
- Quer dizer que os filhos deles se reproduziram com as filhas?
- Onde você aprendeu essas coisas?
- Li a bíblia e deduzi.
- Vá assistir televisão! Você está lendo demais!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Vodca.

E neste mundo sóbrio em que vivemos até parece realmente que a última gota de álcool existente já foi diluída nas veias do último bêbado que chora por sua amada perdida.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

E essa geração iPod...

Nos anos '70, tivemos a Geração Hippie, os melhores rocks e as melhores ervas, e uma das melhores fases da MPB. Nos anos '80, a era Hollywood Pós-Vietnã, livros sacanas com muita putaria, seja Sidney Sheldon ou Harold Robbins, e algumas boas músicas aqui no Brail. A Geração Coca-Cola veio nos anos '90, algumas boas músicas, alguns bons filmes e alguns bons livros. Hoje, nos anos 2000, temos essa maravilhosa Geração iPod!

Pois é. Nada de Chico, na de Cazuza, nada de Cássia. Hoje temos algumas coisas nada agradáveis como My Chemical Romance, NX Zero e o CRÉÉÉÉÉÉU. Filmes como High School Musical, Hannah Montana. Livros como Crepúsculo. Claro, coisas ruins estão aí até hoje e estiveram presentes em todas as épocas. Mas aí já é demais...

Essa moda, agora, de "EMOs" está dando o que falar. Aqui em Fortaleza, pelo menos, dezenas de pessoas se encontram na Praça Portugal, localizada em bairro nobre da cidade. Nada contra, eu até respeito, mas longe de mim, pelamordedeus. Peco, pois até que tem umas garotas bem bonitinhas nessa nova tribo, mas aí já são outros quinhentos.

Forró. Bem, eu até que gosto em festas, ótimo ritmo para dançar, e tem versões legais de músicas conhecidas. Mas tem gente fanática, da medo, véi! Não sou de escutar muito em casa, no meu dia-a-dia, mas amo multidões, admito.

Bem, não é a questão musical que mais me preocupa nessa atual Geração iPod. O que me preocupa é algo bem pior, a visão que muitas pessoas têm do mundo. Dá certa raiva ver uma patricinha reclamando que não tem o celular mais moderno, sendo que do outro lado do vidro do carro a uma criança desnutrida pedindo um trocado. Ou um pai de família que vê os filhos chorarem à noite porque não comeram nada o dia todo.

As pessoas olham demais para o próprio bolso, para os próprios problemas, e muitas vezes não percebem a sorte de ter pais amorosos e um prato na mesa todo dia.

Já vi gente fazer piada com as mortes na África, sendo que tudo o que lhe importava naquele momento era terminar um jogo de video-game. Ainda descubro porque esse tipo de pessoa acha que a própria vida é mais importante, ou tme maior valor, que a de outras pessoas. Talvez seja mais fácil ignorar os problemas do que resolvê-los.

Um gordo BigMac com carne de plástico e uma geladíssima Coca-Cola, enquanto inocentes morrem no Iraque.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Liberdade.

Acabei de ser reprovado. Vou repetir o ano letivo. Na verdade, não estou ligando para isso. Para mim, o que realmente pode ser chato, é o fato da minha mãe me privar de certas coisas. Faz tempo que não ligo para o que ela fala. E tenho lá meus motivos para isso, que é melhor nem comentar. O que ela pode fazer contra mim? Me dar uma surra? Bem, pro cavalão de 16 anos que sou aqui, é meio difícil que consiga mudar algo. O que ela acha que vou fazr, se apanhar, chorar? Tanto faz. Ela pode impedir que eu saia com meus amigo. Isso pode ser chato, mas agüento numa boa. Estou em Prisão Domiciliar, filha.

Ela pode e vai me sentir chateado e só. Eu até gosto de ficar só, de não sair de casa, mas quando tenho opção. E não terei esse luxo. É chato? É, e muito. Mas ela jamais conseguirá mudar minha ideologia, jamais pensarei o que ela quer que eu pense. A maior raiva dela, talvez, seja que ela é super crente em Deus, e eu já não gosto da idéia de um homem invisível no céu vigiando tudo o que faço.

Um lápis e um caderno, minhas idéias num papel é a minha liberdade, ainda mais se eu puder escutar as mpusicas que gosto. Só. A verdadeira sensação de liberdade é ficar pelado na frente de um ventilador e de olhos fechados.

Acredito que independência pode não significar a verdadeira liberdade, e sim fazer o que quer quando quiser. Tá, isso pode ser chamaod de liberdade, mas termina quando começa a liberdade do vizinho. A sociedade é o que pode realmente nos prender. Ela nos obriga a fazer isso, aquilo, a termos vidas hipócritas e tediosas. "Nascer, reproduzir e morrer". Desde criança nos dizem o que pensar. A pessoa só será realmente livre quando souber realmente o que quer pensar. Quando formar sua ideologia.

Uma revolução é do que precisamos, contra os hipócritas e corruptos. Por maior que seja a dor, ou mesmo por algo coveniente, devemos falar algo. Mas devemos tomar cuidado, nossos pensamentos são aprisionados pela sociedade. Falamos e agimos do jeito que eles querem. E para eles, pouco importa o que pensamos. Mentir e acreditar na própria mentira, ensinando o mesmo para seus filhos.

Sem mais.

Pai.

9 meses, 5 dias. 9 meses e 5 dias, e em nenhum momento parei de me lembrar de ti, meu véi. Saudades que me marcam. Porra, cara, como que você fez uma sacanagem dessas comigo? ISSO NÃO FOI JUSTO!!!

Eu só queria mais uma vez poder te abraçar, te beijar, dizer que te amo. Merda! Como que vcê foi morrer e me abandonou aqui? Cara, você fez uma cagada das grandes! Choro de raiva, raiva por você ter morrido. Eu te quero de volta, você tem que voltar! Tô nem vendo, te quero de volta! QUERO! Cansei de esmurrar a parede, quero ouvir tua voz me chamando, sua risada. Você chegando em casa e tomando Toddy com sanduíche de sardinha.

Pai, meu Capitão, volta, quero muito ficar contigo, ouvir seus conselho, PORRA MEU VÉI! Te amo mais que tudo, mas uma sacanagem dessa num se faz. Eu te amo, mas quero você aqui, comigo, nem que seja para dar bronca de quando eu faço merda. Essa saudade no meu peito não sai, queria só te ter aqui, do meu lado...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Agora eu vou contar uma história de conto de fadas.

Estava de noite. (Tá, eu sei que uma história tem que começar com "era uma vez...", mas prefiro "estava de noite", afinal, é à noite onde as melhores histórias ocorrem). A nossa princesa não andava pelo castelo, mas sim por uma calçada. Ela não usava vestido longo e azul, mas mini-saia e salto-alto. Não tinha uma fada madrinha, mas tinha um cara gordo e careca que lhe dizia o que fazer e dava permissão e proteção a outras vária princesas naquela área imunda da cidade.

Agora, chegamos na parte do príncipe encantado. Não, ele não chegou montando um cavalo branco, e sim dirigindo um Golf prata com aro vinte e som no porta-mala. Quando a nossa princesa colocou o rosto no vidro do carro, possuía maquilagem pesada para esconder o olho roxo, presente da nossa "fada madrinha". E ela logo entrou no carro, e foram Felizes Para Sempre. Não, nossa história não acaba aqui, Felizes Para Sempre é o nome do motel mais próximo.

O beijo? Não, ela não beija em serviço; e o nosso príncipe, que tem hálito de cerveja e maconha, não quer saber de beijar. Se ele quisesse beijar, beijaria a Bruxa Malvada, sua noiva burguesa. (É melhor pularmos para a próxima parte, pois não quero que o blog seja sensurado).

Agora, caros leitores, a nossa princesa volta para o seu castelo, aquela mesma rua imunda onde estava parágrafos atrás. O dinheiro que ganhou do príncipe vai para o gordo careca, que tira duas das sete notas e dá para a nossa protagonista. Com esse dinheiro, ela volta para casa de ônibus.

Em casa, olha se o filho está dormindo. Guarda o dinheiro. Depois vai para a cozinha, comendo o que sobrou do almoço após requentar no microondas que já está na sétima das dez prestações. Deita no sofá, chorando a vida e lamentando-se de tudo, tu que tentava ams não podia dar ao seu filho. Queria morrer, mas não podia, deveria cuidar do garoto. O pai era honesto, não era um cliente, mas depois de um mês sumiu. Quando deu por si, já estava amanhecendo.

Rapidamente fez o lanche do garoto, deixando-o na escola em seguida. Foi para o trabalho de diarista, onde consegue um pouco de dinheiro. Depois, no almoço, pegou o filho e deixou na casa da avó. Depois coltou ao emprego de diarista. Não tardou para que acabasse, então pegou o garoto na casa da mãe e deixou em casa. Rezando para que o garoto dormisse, logo se arrumou e voltou para seu castelo.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

FELIZ ANO-NOVO!!!

Pois é. Eu poderia dizer algo como "ano-novo, vida-nova". Mas, acredite, sua vida não vai mudar, no máximo muda pra pior. Sempre somos hipócritas, tentando largar vícios e prometendo a nós mesmos que vamos fazer isso, deixar de fazer aquilo. Não se iluda. Tente mudar todo dia. Os anos passam tão bem quanto os dias, os minutos, as horas. É impossível mudar atitud de um dia para o outro.

Temos piadinhas daquela tia como "Nossa, quanto tempo! Última vez que te vi foi ano passado!", mas não tem problema, essa tia ainda vai fazer piadinhas como "É Pavê ou é pra cumê?", "Quem tá na ponta da mesa paga a conta!", etc, etc, etc.

Bem, mas agora falando de mim, afinal, essa merda ainda é minha, apesar de ninguém ler. Passei na Beira-Mar com a Taís e um primo dela e a Dona Célia (Mãe da Taís, uma pessoa bem simpática, até!) . Até que foi legal. Os fogos e talz, foi bonito pacas. Certo, eu cansei meu braço segurando o celular que filmava tudo, mas enfim. Depois coloco no YouTube e posto nessa budega.

Os FOGOS! VAMOS FALAR DOS FOGOS! Tipo, eu mesmo sempre soube que o dinheiro dos postos eram queimados, ams devo admitir, foram bonitos pra caralho! Cada clarão no céu, uma lembraça de 2008 que vinha à tona, e que se apagava e deixava a fumaça no céu, sua marca, levada pela brisa noturna do mar. (Certo, não é tão poético assim, são só fogos).

Enfim, cara, é issaê! 2009, porra! 2008 passou e ninguém percebeu, imagine só a partir de agora! 2010 vai passar ainda mais rápido. Tudo piora antes de melhorar, mas, caso não melhore, erga a cabeça, estufe o peido e diga a si mesmo: é, agora fodeu.

P.S.: 1º dia do ano sem estar de ressaca!