terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A morte. A vida?

Nesta trama sem sentido, sem pé e nem cabeça, você não encontrará final feliz. Muito menos um final com sentimentalismo barato ou lição de moral. Portanto, lhe aconselho a fechar esta página. Mas, claro, se você for do tipo teimoso e ainda tem a esperança de encontrar algo que se aproveite no tédio deste blog, sinta-se a vontade.

Muito bem. Você ainda está aqui. Por consideração à sua pessoa vou parar de enrolar. Agora seria a hora ideal para descrever o clima. Frio. Agora o cenário. O mais clichê possível de um filme noir em preto-e-branco. O nosso personagem? Um senhor de idade, entre sessenta e setenta anos. Poderíamos descrevê-lo como um mendigo.

Agora vamos acelerar nossa história. Um ataque fulminante lhe invade o peito. Prestes a morrer de uma parada cardíaca, enquanto jovens punks passam perto e olham com indiferença, o coitado tem uma visão de como foi sua vida.

A vida lhe parecia como uma estrada. E nesta estrada, a cada quilômetro, pode-se encontrar um pouco daquilo que era sua dignidade. Uma estrada de sonhos não realizados e amores perdidos. Por entre esses sessenta ou setenta anos que viveu, como, até hoje, jamais havia adiantado aquele momento? Afinal, era apenas um mendigo insignificante num mundo sujo.

Ao que parecia, os jovens punks não o olharam com real indiferença. Amaldiçoou o som da ambulância chegando ali.

Sobreviveu mais um dia para voltar à sua miséria e àquilo que chamavam de vida. "Teve sorte", disse o médico, dando-lhe um tapinha nas costas. Mas, na verdade, sorte era o que lhe faltava.

Foi obrigado a sobreviver por mais dias.

Nenhum comentário: