segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Repostando: Um dia comum.

Texto antigo, de fevereiro deste ano. Repostando porque foi um texto que achei bem bacana,para quem não conhece o blog talvez goste. E também é bom atualizar de vez em quando isso aqui, mesmo que seja para encher linguiça...



Alto, óculos escuros, terno elegante, sapatos caros. Parecia entediado, com uma mão no bolso e a outra segurando o guarda-chuva aberto sobre sua cabeça. Noite chuvosa. Não gostava muito de trabalhar daquela naquele clima.

Estava na calçada. No meio da rua havia um carro capotado e sendo devorado pelas chamas. Mais uma vez teria que agir rápido, senão o trabalho ficaria mais desagradável. Foi até lá normalmente, a rua escura iluminada pelo fogo. Com metade do corpo para fora do carro, um homem magro e careca parecia dormir tranqüilamente com a cabeça sangrando. Abaixou-se, segurou pelo colarinho do careca e o arrastou até a calçada.

- Acorda, bela adormecida - disse, dando pequenos tapas no careca que logo abria os olhos.
O tal sujeito acordou assustado, sem saber o que estava acontecendo. Levantou-se rapidamente, passando a mão pelo próprio corpo para ver se estava tudo em ordem. Respirou aliviado.

- Oh, Deus, muito obrigado! Mas... ei... quem é você? Você me tirou dali?

- Pode-se dizer que sim - falou, colocando um cigarro na boca e o acendendo com um isqueiro de prata.

- Obrigado, de verdade, muito obrigado! Posso fazer algo por você? Tenho muito dinheiro, se você precisar...

- Não quero dinheiro.
O careca olhou para o homem, estranhando-o. Quem, em sã consciência, não gostaria de receber dinheiro?

- O que você quer?

- Cumprir meu trabalho, minhas obrigações.
Fumava o cigarro sem tragar, deixando a fumaça sair pelas narinas.

- Você me salvou, merece alguma recompensa - insistiu, agora temendo que o tal homem lhe fizesse algum mal.

- Não te salvei, amigo. Olhe para trás.

A visão de si morto deve ser realmente chocante. Se ainda estivesse vivo o careca provavelmente teria sofrido um ataque cardíaco. Se perguntava o que estava acontecendo. Olhava para os lados e entendia tudo menos ainda.


- Quem é você?

- Sou a Morte, careca. Chegou a hora.

Desesperado, o careca apenas partiu numa corrida sem rumo pela rua. Respirava, sentia a chuva e os pés sobre o asfalto. Parecia mais vivo do que nunca. Mas, afinal de contas... qual era o seu nome? Quem era? O que havia acontecido antes de acordar na calçada? Percebeu, então, que desde aquele momento em que fora arrastado suas lembranças começavam a desaparecer. Olhou para trás e não via mais a Morte, porém, ao olhar novamente para frente, esbarrou nela. Fugir do inevitável seria uma tolice.

- É sempre a mesma coisa, puta merda! Vocês vêm, morrem e não aceitam. Isso realmente me entristece - o tom da Morte era sarcástico, debochando do careca. - E o pior de tudo que ainda me fazem parecer o vilão da história.

Talvez pela primeira vez naquela noite, ali, sentado no chão molhado, começava a raciocinar. Esfregava a testa tentando tirar alguma lembrança dali. Nada. Encarando a Morte nos olhos, finalmente se ergueu como homem. Ajeitou a roupa, enguliu a seco e finalmente criou coragem para perguntar:

- Para onde eu vou?

- Você? Não faço a mínima idéia. Eu vou para aquele bar de strippers no fim da rua. Au revoir, mon ami!

Então a Morte lhe deu as costas. As lembranças se perdiam cada vez mais. Perguntava-se o que havia ocorrido nos últimos minutos, então já havia esuqecido tudo e seu "corpo" se desfazia com o vento.

No local do acidente os paramédicos e a perícia estavam armando todo o circo. Apesar de tudo, todos pareciam ignorar um homem tão alto quanto a Morte. Vestia um terno branco e andava em passos calmos sob a chuva.

Numa maca, o corpo seria levado ao hospital. Mas então o homem de terno branco, enquanto acompanhava a maca, aproximou os lábios ao ouvido do careca, sussurrando algo para então desaparecer no meio de uma multidão.

Longe dali, numa colina, estava a Morte observando a cidade. Ao seu lado, a Vida.

- Olá, bom samaritano. Desfilando e levando uma nova vida à minha freguesia?

- Eles são fracos. Você leva, eu trago - a Vida possuía um tom de voz calmo e paciente.

- Somos as únicas certezas desses pobres coitados. Você os acompanha por anos e nunca sobra tempo para eu me divertir.

- É você que sempre estraga os meus planos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Juventude.

Deitado sobre a grama muito verde, aquele jovem de 15 anos mantinha a cabeça confotável apoiada no antebraço, tragando um cigarro enquanto observava as formas das nuvens no céu.

A vida parecia irreal, um paraíso, perfeita. Não podia ser explicada em palavras. Aquele sorriso não saia dos seus lábios, o cheiro do cabelo loiro ainda estava em suas narinas. Parecia que havia corrido uma maratona, sentia-se cansado, mas relaxado. Não havia muito sol, até poderia dormir ali. O gosto do corpo dela ainda em sua boca, era como se ainda estivesse sentido o toque dela.

Passava a mão em seu rosto, procurando alguma barba, não havia nada, mas sentia-se homem. Talvez fossem os cigarros que roubara do pai, talvez o corpo magro da vizinha viúva, talvez porque já não brincasse mais com seus carros de brinquedo, era apenas aquela sensação de maturidade.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Deus está entre nós.

Certa vez, um menino pedia esmola no sinal, sem sucesso, debaixo daquele Sol fervente do meio dia, percebia que não valia a pena viver daquele jeito. Seu primo, que era dois anos mais velho, estava vendendo a "mercadoria" que o líder de sua favela produzia. Talvez pudesse fazer o mesmo, era provável que conseguisse dinheiro para ajudar sua mãe. Mas algo estranho aconteceu. Ao olhar para o céu, viu um pássaro muito branco. Talvez um pardal, pelo tamanho. E, sem poder explicar, simplesmente sentiu sua vida mudar, uma sensação de amor próprio que ia do seu dedão até o último fio de cabelo. Aquele menino apenas se matou nos estudos, conseguindo uma bolsa numa boa escola e enfim entrou para a faculdade, formando-se para ter um bom emprego.

Eu já ouvi dizer que Deus, muitas vezes, toca nossos corações sem que possamos perceber, que Ele está em nossa volta, nos animais, nas árvores, no céu, na água, espalhando amor divino para seus filhos.

Então, certo dia, um garoto alemão de topete estiloso e poucos pelos no rosto, que esperava cultivar um grande bigode, andava pelas ruas de sua cidade ao perceber aquele mesmo pássaro branco no galho de uma árvore. Era mais uma vez Deus, querendo semear amor em seus filhos. Com um estranho sentimento, o garoto tinha a sensação que precisava mudar o mundo, que pessoas realmente deveriam entender a verdade. Sacando seu estilingue do bolso, pegou uma pedra do chão e acertou bem na cabeça do pardal. Headshot. Deveria acabar com a hipocrisia das pessoas, então dedicaria sua vida à estudar e filosofar por aí. Havia assassinado Deus. Denunciaria a hipocrisia que nesse mundo.

Ah, e sabe oo outro garoto do sinal? Freqüenta a igreja semanalmente, é advogado de sucesso do líder da favela, bate na mulher e deixou sua mãe num asilo para tentar esquecer o passado pobre.

C'est la vie!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Título de eleitor em mãos! E agora?

Nos últimos dias, tirei (finalmente) meu título de eleitor, aos 16 anos, ansioso para que 2010 chegasse logo, assim eu teria a chance de exercer meu direito cívico, agora sou um cidadão. A sensação é muito diferente de ter os lábios tocados por uma mulher pela primeira ez, ou ganhar seu primeiro aparelho de barbear. É ter o poder de escolher os meus representantes!

Agora, falando sério, puta merda, vá tomar no olho do cu: tô fodido!

Eu sempre quis votar. Mas não estou exercendo meu direito uma vez que não tenho verdadeiras opções em quem votar. Essa é a questão. Pelas minhas idéias de esquerda, tenho certa vontade de me filiar ao PSOL, visto que o PCdoB não tá lá essas coisas desde muuuuito tempo atrás. Mas, em quem votar para presidente, é a menor das minhas preocupações.

2006. Aqui, no Ceará, muitas coisas aconteceram, ano de eleição para governador. Eu ainda nem votava, tinha uns 13 anos. O governador era o tucano Lúcio Alcantra, seu oponente principal o atual governador (que venceu de lavada em primeiro turno) Cid Gomes. Minha família materna votaria a favor do candidato do PSB, Cid, na época prefeito de Sobral. Minha família paterna apoiava Lúcio. No início, Lúcio era apoiado por Tasso Jereissati (o pior picareta, bandido e salafrário da história da política cearense) e Cid por seu irmão (Ciro Gomes, que anunciou ontem que pensava em se aposentar da vida política) com apoio do PT. Tasso largou Lúcio, e logo Cid tinha: CIRO, TASSO e PT como apoio. Venceu fácil, todo mundo ficou feliz. Era uma nova esperança surgindo no paldo da política cearense.

Logo nos primeiros meses um escândalo: Cid usa dinheiro público em viagens com a sogra para o interior. No intervalo de tempo do escândalo da sogra até sua última: deixar na ilegalidade a greve de professores da rede pública. Até mesmo uma gratificação que é lei federal destinada a professores o Governador "bloqueou".

Boatos de que Tasso Jereissati se candidataria para o cargo de governador. Boatos de que Ciro Gomes se candidataria à presidência. Vamos supor que esses boatos sejam verdadeiros. Cid sem o apoio de Tasso perderia alguns votos. Se Ciro for realmente se candidatar, Cid também perde o apoio do PT, que lançaria chapa única no Ceará. Aí a coisa realmente complica.

O que me salva? Bem, o PSOL não teria a menor chance, mas já o presidente do partido no estado, Renato Roseno, anunciou que haverida chapa completa do PSOL nas eleições 2010. Pelo menos poderia votar e dormir à noite.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

E esses religiosos...

Pois é, meus caros amigos, outro post relacionado à minha descrença no homem invisível que vive no céu molestando anjinhos pelados.

Hoje, como ocorre mensalmente, foi dia de uma palestra cristã. Mas, acredite, dá de mil a zero em muitos stand-up que rolam no YouTube.

Não houve a primeira aula em conta disso, coisa que realmente não lamento, física realmente é um saco. Mas enfim, todo mundo indo pro auditório, conversando, trocando papo e tudo o mais. Ao chegar lá foi a mesma coisa de sempre, o mesmo sermão que nunca muda.

Então tinha um cara lá que daria a palestra. Me pergunto como a escola permitiu que uma pessoa de intelecto mínimo dissesse algo para os alunos. Mas os erros de português que soltava freqüentemente não foi o que demonstrou sua capacidade mental, mesmo provavelmente não poossuindo tanta massa encefálica assim.

Começou falando das merdas de sempre: Deus é vida, isso, aquilo. Beleza, até aí tudo bem. Mas então começou a dizer asneiras que, puta merda, ele deveria ser preso! Veio com um papo de que a ciência só existe para comprovar que há um deus, que a teoria do que ele chamava de "bígui bângue" era falsa, era apenas teoria. Que o homem "não é evolução do macaco", e, a pior coisa que já ouvi nos meus 15 anos de vida: A BESTA QUADRADA FALOU QUE AS CÉLULAS DO CORPO SÃO INCAPAZES DE SE DIVIDIR!!!

Esse merdão falou isso, juro, por incrível que pareça, que falou! É, eu sei que é uma coisa meio absurda, mas estou apenas relatando os fatos. E o fato é que tive uma enorme crise de risos com isso, que por sorte consegui abafar.

É impressionante, cada merda que me aparece na vida...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pérolas de crentes no Orkut.

É, eu sei, meus caros leitores que acompanham meu humilde blog (se é que alguém ler isso), eu geralmente falo muito sobre a minha descrença em deuses. Já postei algumas vezes o quanto já sofri e sofro preconceito por isso.

Certa vez alguém famoso, cujo o nome me foge a memória, disse algo mais ou menos assim: "Se uma religião é ridícula, não é porque milhões a seguem que ela vai deixar de ser ridícula". Não foram bem essas palavras, mas quer dizer isso no fundo. E quero demonstrar um pouco disso no post!

Eis alguns tópicos de comunidades do Orkut para rir e se perguntar como existe gente tão ignorante:
- http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=55975&tid=5332570758405444874

- http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=8442189&tid=5322973830194466596

- http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=55975&tid=5337222139272966641

- http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=55975&tid=5334776868430287625

- http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=1011369&tid=5337230973987974458

-http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=316440&tid=5330578370598480217&start=1

- http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=6673915&tid=5212377683466953886&start=1

Aí estão somente algumas das pérolas, agora se você quer realmente rir é só procurar por mais, cada tópico tme uma pérola diferente!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Vida saudável.

Pois é, minha gente, agora creio estar levando uma vida mais saudável. A cerca de duas semanas comecei com educação física no colégio e semana passada comecei no Taekwondo. 3kg em duas semanas.

Tô cansando muito, mas acabei pecando sábado com três doses de vodka, 2 de rum, um Sex On The Beach e um Cabeça Quente Shot Flambado. Fiquei meio tonto e talz, mas foi uma recaída que acontecerá poucas vezes.

Tô um tanto acima do peso e quero queimar tudo até o fim do ano. Então é o seguinte, a partir de agora sempre estarei postando meu desenvolvimento.

Peso atual: 85kg.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Segunda-feira.

O asfalto molhado pela chuva da noite anterior, com poças d'água refletindo os enormes edifícios enquanto tenta tirar alguns minutos de sono com a cabeça recostada na janela do carro.

Em sua mente, o tedioso pensamente de mais um dia como todos os outros. Lamentando-se por ser segunda, tendo aquela nostalgia das besteiras que fez no dia anterior.

Segunda-feira e bocejava de sono. Poucas horas dormidas que não valeram de nada. Tentava lembrar da matéria que veria naquele dia, mas só conseguia pensar o quanto detestava trigonometria. Mal esperava a hora de quando chegasse no sábado, ou até sexta à tarde.

O começo de mais uma semana normal e rotineira. Escola, casa, inglês, natação. Umas merdas aqui e outras acolá.

Não acontecia nada demais em sua vida.

Certo dia resolveu que aquilo deveria ser diferente. Ao chegar da aula, ao meio dia, almoçou bife assado (o prato que sua mãe fazia toda segunda), foi ao seu quarto, trancou a porta e ligou o computador. Se masturbou uma última vez, e, sem suas roupas, abriu a janela de sua fortaleza do 16º andar do prédio. Num salto, sentiu o vento lhe esfriar o corpo, resolveu apenas abrir os olhos e para ver o chão. Não deu tempo.

E era só mais uma segunda-feira.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Jesus, me salva!

Hoje, na aula de literatura, discutiámos sobre o antropocentrismo no assunto do Humanismo. E, claro, acabou tendo que cair no assunto de religião quando comento sobre Lutero e tudo o mais.

Beleza, então o professor faz bons comentários, diferenciando o Deus católico da época que possuía sentimentos humanos (como vingança enquanto que o Deus que Lutero pregava era mais "amigão".

Acabo citando uma parte do velho testamento, neste momento acabei ficando com medo pelo olhar de ódio dos crentes ao meu redor, véi, sério, pensei que me colocariam numa fogueira naquele momento se eu não me convertesse. Ficaram indagando de onde eu havia tirado aquilo, respondi que do antigo testamento, mas logo o professor retomou a aula.

E então vem a parte de que falamos do amor, oh, nobre amor. O caralho, tinha uma crente lá que sempre gosta de aparecer e veio falando que havia três tipos de amor quando o professor perguntou se o amor podia ser medido; o primeiro tipo é o afetivo, que é o familiar, o outro é o que sente quando há troca de sexo, esse amor pode ser medido, mas, por fim, o amor divino que é igual para todos.

Discordei!

Disse que o amor era único, que não pode ser medido. Que quando há troca de sexo pode sim haver o amor, mas com paixão. O que pode ser medido é a forma de demonstrar.

Aí a crente vem e me fala: "Você crê em Deus?", e eu respondo que não. Então ela vem e diz a coisa mais adulta do ano: "Então cale a boca". Bom argumento, hein? Na hora fiquei na merda, não sabia se era pra rir, chorar o mandá-la tomar bem no meio do olho do cu, pois gente, o problema dela deve ser é falta de rola, isso sim.

Pois é, ateu sofre em escola evangélica. Acho bom eu começar a exercer minha verdadeira religião: o pastafarianismo, salvem o Monstro do Espaguete Voador e seu apêndice macarrônico, amém!

sábado, 9 de maio de 2009

A triste condição humana. Carpe diem.

Hoje tenho 16 anos, estou velho demais para aprender a andar de Skate ou tocar piano e ser realmente bom nisso.

Hoje é sábado e é tarde para que eu estude e tire um 10 na prova de segunda.

Hoje temos a raça humana se destruindo e é tarde demais para uma salvação milagrosa.

Infelizmente não estamos jogando video-game, não podemos voltar para ontem e mudar o amanhã.

Tudo bem eu não saber andar de skate pois sou bom em outras coisas.

Tudo bem eu ficar de recuperação no final do ano porque vou fazer de tudo para não reprovar.

Tudo bem a espécie humana ser destruída pois a Terra vai continuar aqui e as baratas sobrevivem à radioatividade.

A única coisa da qual eu não gosto é da idéia de saber que vou morrer. Não sei quando, como ou onde. Sei que quero amar, abraçar, beijar, beber, brincar, transar, festejar a minha vida, pois posso morrer a qualquer momento. E prefiro morrer numa festa do que numa biblioteca. O futuro certo é a morte, então que se foda.

Pobre, rico, preto, branco, azul, amarelo, todo mundo morre. Essa é a triste condição humana. Mas já dizia a música: "Sei que vou morrer, não sei o dia, levarei saudades da Maria. Sei que vou morrer, não sei a hora, levarei saudades da Aurora. Quero morrer numa batocada de bamba, na cadência bonita do samba".

Aproveite o dia, de noite você pode não estar vivo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sarcasmo;

Nem sempre é aconselhável...

"Professor, é pra copiar?"
"Não, pra tirar foto."

terça-feira, 21 de abril de 2009

Quando simplesmente não há o que dizer;

Quando o silêncio é a melhor solução dentre as palavras incertas e o simples olhar já diz tudo o que é preciso. Economiza-se a saliva que poderia ser usada num beijo com línguas entrelaçadas. Nojento, sem sentido, gostoso.

Palavras, pessoas, sentimentos.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Coisas que realmente me deixam puto.

Sabe mastigar bola de papel alumínio? Porra, é horrível, dá uma gastura da porra. Arranhar parede de cimento também é uma coisa que detesto, não amo a sensação de coisas na minha unha.

Mas o que realmente me deixa puto, puto mesmo, é outra coisa. Um nordestino que teve uma vida humilde, deu duro estudando em escola pública, com maior dificuldade consegue entrar numa boa universodade, se forma, faz mestrado, doutourado, um verdadeiro gênio em matemática. Pós-doutourado no exterior e o escambau. Até aí tudo bem, admiro o cara.

Então vem um vietnamita de merda, mata o pobre brasileiro com um futuro promissor, mais 12 pessoas e depois comete suicídio. Isso sim é que me deixa realmente puto.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Indignação.

"Você é evangélico?"
"Não."
"Católico?"
"Não."
"Qual sua religião, então?"
"Sou ateu..."
"O QUÊ!? COMO ASSIM!? VOCÊ É O DEMÔÔÔÔÔÔNIO!!!"

Certa vez uma garota evangélica me contou uma história. Era uma vez uma família, era dezembro e todos viajariam de carro. Colocavam tudo no carro às pressas, quando a empregada falou: "Vão com Deus", a mãe da família, brincalhona, responde "Só se ele for no porta-malas, porque aqui tá lotado." Então, durante a viagem, um acidente, todos morrem, porém, uma caixa de ovos que estava justamente no porta-malas estava intacta.

Minha resposta? Argumentei coisas bem simples, se isso ocorreu quer dizer que Deus assassinou uma família só por ter dito aquilo? Condenou vida inocentes e salvou uma caixa de ovos? Ela ficou sem resposta e voltamos a assistir a aula.

Quando digo que sou ateu algumas pessoas ficam surpresas. Mas, sério, eu é que me surpreendo muitas vezes em saber que, mesmo com todo o conhecimento filosófico de hoje, há pessoas que acreditam em deuses. Isso é realmente estranho, acredite.

O que você pensaria de um homem adulto acreditando que Papai Noel vai deixar seu presente debaixo da cama? VocÊ estranharia, diria que Papai Noel não existe, a pessoa se revoltaria e você ficaria com raiva. Mesma coisa comigo, muitos tentaram me converter, mas porra, eu tento converter alguém a acreditar em Papai Noel?

A questão é: por que há pessoas que acreditam em Deus?

Se você acredita, provavelmente seus pais acreditam, se seus pais acreditam, seus avós também, e assim vai. Poucas pessoas duvidam da palavra de pai e mãe, é uma questão cultural.

"Não foi Deus que crieou o mundo."
"Foi sim."
"Não, foi uma grande explosão chamada Big Bang."
"Como cê sabe? Tava ká pra ver?"
"Você tava lá quando 'Deus' criou o mundo pra saber?"

É através da alienação que se pode controlar o povo. E a maior alienação que existe é justamente a crença em deuses, homens invisíveis que ficam no céu olhando tudo o que você faz.

domingo, 5 de abril de 2009

Rocky.

VocÊ sabe o que é ser acordado às seis da manhã em pleno sábado? Pois é, aconteceu comigo, já que a minha amada mãe achou que eu estava dormindo demais. Tudo bem que sexta dormi seis da tarde, ams e daí?

Enfim, sexta fui na estréia de Velozes e Furiosos 4, bom filme para quem curte o estilo, particulamente foi o melhor da série, mas claro, é só a minha opinião. Mas não é desse filme que eu quero falar. O que importa é que, assim que cheguei do cinema, (tipo, escola, sair da escola, ir pro cinema) deitei na cama e dormi durante as benditas doze horas seguidas, até que minha mãe me acorodu. Entediado, olhei a revista da Net. Uma maratona só dos filmes do Rocky.

Entre 06h30 até 12h00, fui ao shopping, comprei camiseta, bermuda, boné, almocei na casa da minha avó e voltei a tempo de pegar o primeiro filme.

Sinceramente, gostei pra caralho. Véi, Rocky é Rocky, muito foda. O cara tava na merda então de repente vai ao auge na luta contra o Apollo, que é outro loucão. Mostra bem como devemos reagir diante as porradas da vida, saber a hora de esquivar daquele golpe e a hora de encará-lo. Talvez esta seja a verdadeira filosofia dos filmes. E o final é bem legal, com o empate. O foda é que o Apollo leva por pontos.

Na revanche, do segundo filme, puta merda, que filme! O Rocky volta à merda, então quando recebe uma segunda chance. E aproveita, para mim, foi um dos melhores filmes. O final foi bom, mas um pouco previsível. Se ele não ganhasse aí seria muita merda.

Terceiro filme foi bom, não o melhor, mas muito bom. O Rocky está no auge da sua carreira, rico, feliz e (como no segundo) querendo se aposentar. Mas aê aparece um rival que realmente está num nível que Mickey (o treinador véio-fodão) evitava sempre. Perde uma luta, o véio morre e Rocky começa a treinar com Apollo, então recupera o "olhar de tigre", a fome pela vitória e o verdadeiro estilo de um pugilista, vence e recupera o título.

Quarto filme não foi tão bom assim. Digo, no meio da guerra fria, críticas à União Soviética e colocaras os EUA como se fossem uma nação heróica e a merda toda. Apollo mereceu morrer por subestimar o Ivan Drago daquela maneira. Rocky venceu no final, óbvio.

Assim como no segundo e no terceiro filme, Rocky anuncia que vai se aposentar, e,para a supresa geral, realmente se aposenta. O filme não é de todo ruim, Paulie faz merda e o Rocky fica pobre, voltando às origens. É legal, ele começa atreinar um garoto chamado Tommy Gunn. O garoto tem talento, com amuda de Rocky logo começa a subir na carreira. Acaba substituindo o filho de Balboa, mas no final, o Garnahão Italiano cai na real. A luta no fim é interessante, porrada.

Duro de Matar, Indiana Jones, Rambo, um bocado de vovôs fodões voltando às telonas, óbvio que Rocky não ficaria de fora. Em seu sexto filme, ele tá velho e agora dono de um restaurante. É um verdadeiro exemplo de superação, também mostra com o esporte tá uma merda hoje. O campeão é um boyzinho de merda, então fica puto quando todo mundo diz que ele apanharia do Rocky se fossem na mesma época. Rocky volta a lutar, tem a luta e o boyzinho vence por pontos no final. Um bom filme.

Bem, não é açgo que coloque respeito, ams foram doze horas seguidas de Rock Balboa, tinha que postar algo sobre isso.

Abraços.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

1º de abril.

Pois é, minha gente, hoje é o Dia da Mentira. Agora vem a pergunta: e eu com isso?

Véi, simplesmente é mais um dia inútil no calendário do país. Se pelo menos fosse feriado eu calava a boca, só pra poder ficar em casa coçando o saco, mas não, não é!

E, precisamos concordar, não é preciso ser 1º de abril para mentir. Enfim, sendo ou não sendo o dia da mentira, gostaria de recomendar um bom livro, talvez te ajude a entender a natureza da mentira: As Mentiras que os Homens Contam, do gênio Luís Fernando Veríssimo.

Só isso, mermo, para não deixar o dia passar em branco...

terça-feira, 31 de março de 2009

Peão.

E lá estava José, aos seus cinqüenta e tantos anos de idade nas costas. Magro, barba, dentes caindo, chapéu de palha, cheiro de suor e uns trapos que chamava de roupa.

Este humilde narrador é, com orgulho, cearense. Nordestino. E, como muitos outros contistas de minha terra, tenho que falar sobre a dificuldade do povo em seu enorme clichê. Dificuldade esta que nunca presenciei realmente, mas que, assim como você, reconheço sua existência, e em suma hipocrisia tentarei passar nestas linhas o sofrimento do peão José como se eu realmente conhecesse a seca do sertanejo.

Um botequim sujo e nojento, com cheiro nada agradável. Mesas velhas, bancos comidos por cupins. Ficava no meio da estrada, cercado por um mato que morria cada dia mais agora que a rara época de chuva passava.

O caboclo José virava outra dose de sua cachaça. Dormira muitas vezes no meio daquela estrada, porém, chorara muito mais num mato escondido pela humilhação de existir. Seus pés descalços, suas mãos cheias de calo e um olhar amargo de sua ignorância sem estudos. Era homem e ainda assim tinha que puxar saco de candidato a vereador para conseguir umas moedas, como fazia a maioria de seus conhecidos.

Um golpe no coração lhe era dado toda vida que seu filho mais novo chorava desesperado pela fome que consumia seu corpo desnutrido.

Certa vez tentou a cidade grande, se arrependeu, matou um tentando comida e acabou na prisão. Nessa época foi que seus insignificantes sonhos morreram. Passou poucos anos atrás das grades, quando saiu logo arrumou de voltar para sua cidade, voltar para seus familiares. Conseguiu emprego na prefeitura ganhando pouco, mas pelo menos podia dizer que tinha um emprego. E se orgulhava disso, afinal, era um emprego direito e honesto.

Emprego de prefeitura não dura muito. Quatro anos, com sorte pouco mais. Mudou prefeito, mudaram funcionários. Mais uma vez José se sentia humilhado. Morava numa cabana inacabada de dois quartos, coisa realmente abaixo da linha de pobreza.

Vez ou outra ainda consgeuia uns bicos. Vida miserável e que não acaba nunca foi o que fez de José o que ele é: homem sem educação, sem estudo, sem dinheiro.

Vida de peão que passa despercebida. Se você vê um peão tentando a vida numa cidade grande, logo fecha o vidro do carro dizendo que não tem moeda nem trocado. Povo trabalhador que não tem medo de pisar no chão e reza para não ser pisado. Josés do Brasil que sobrevivem a dias de cão. Preto, índio, branco, caboclo, mulato, povo brasileiro sofredor e que constroem o país que não lhes dão nada em troca.

Peão guerreiro, abatido e que segue em frente.

sábado, 28 de março de 2009

Apenas um gosto ruim na garganta.

É incrível o quanto as pessoas viram santas após se casarem. Até parece que nunca fizeram nada de errado na juventude, só começaram a beber após os 18, nunca pescaram numa prova nem porra nenhuma.

Mas pelo menos tem gente que assume o que fez. Certa vez perguntei para a irmã mais velha da minha mãe com quantos anos ela tinha começado a fumar. Sua resposta foi bem simples: "Com 15, e já experimentei maconha e nunca trepei com mulher, quê mais cê quer saber?". Minha mãe morre e nunca vai me dizer com quantos anos começou a fumar, e diz que sempre foi careta e que nunca fumou maconha... Bem, segundo meu irmão, que tem quase 30 anos, disse que quando jovem estava com uns amigos e a minha mãe deu três tragadas e ficou doidona. É, ainda bem que ela não lê esse blog.

Minha madrinha falou que começou a fumar com 12, mas só acendendo os cigarros do meu pai, que deve ter começado com 14 pelas contas da minha madrinha. Aliás, ela disse que experimentou maconha e não gostou da sensação, disse que a boca dela parecia cheia de dentes, e que já cheirou, mas que era uma sensação horrível.

Bem, então eu tinha que provar algo, enfim. Certo dia eu estava preparando macarrão instantâneo e resolvi cheirar o pó do tempero, a porra subiu pro meu olho e passei um bom tempo tentando assoar. Minha poutra experiência foi com bebida, mas enfim, pelo menos não é tão pesada quanto o tempero de miojo. Uma cervejinha sempre é boa de vez em quando.

Agora experimentei cigarro. Ontem à noite, pra falar a verdade. Roubei um da minha mãe enquanto ela dormia, fui para o meu quarto, tranquei a porta, fui para o banheiro e e tranquei a porta dali, Deus me livre que a minha mãe sonhasse que eu estava fazendo aquilo. Enfim, gastei três fósforos para acender aquela porra, puta merda, ficou um fumaceiro de cigarro da porra, me sentia sufocado ali dentro. Traguei uma vez e não senti porra nenhuma. Levantei, fiquei na frente do espelho, dei outra tragada e vi a fumaça sair pelas minhas narinas. Joguei na privada e deu descarga. A única coisa que senti foi um gosto ruim, amargo na garganta. Não sei como as pessoas morrem por essa sensação.

terça-feira, 24 de março de 2009

Estupraram o Chico!!!

Véi, sério, eu nem queria postar nada hoje, mas com tamanha vergonha que senti agora.... porra, onde esse mundo vai parar?

Nosso querido, amado e idolatrado Chico Buarque de Hollanda teveuma de suas mais belas músicas estupradas, essa é a maior injustiça de todos os tempos!

Estou eu, aqui, checando meus e-mails, lendo minhas HQs pelo computador, etc, quando de repente começo a escutar "João e Maria" (meu pai cantava essa música para a minha mãe quando ela estava grávida de mim!). O som vinha do quarto da minha mãe. "Legal, deve ser algum show que esteja passando, vou lá ver!", penso, um engano que... bem... me partiu o coração.

Quando chego a música está tocando num programa de merda chamado "Big Brother". Um programa de gente alienada colocando música de chico? Isso é imperdoável!

Nessas e outras que tenho vontade de cometer suicídio.

segunda-feira, 23 de março de 2009

O fiel.

Uma noite de domingo numa igreja. Não importa se é católia, evangélica ou qualquer outra. O importante é que várias pessoas, em conjunto, rezavam com fé para um Deus que colocavam acima de tudo. Sua fé, sua vida. Deus, o todo-poderoso, o salvador! Oravam para Jesus Cristo de Nazaré, o filho de Deus que deu a vida na cruz por nós, meros pecadores. Mas o Senhor é justo, o livro sagrado era a única verdade neste mundo sujo dominado por pessoas do mal.

Era o que pregavam lá. Uma parte do sermão do pastor ou do padre. Todos os fiéis sentido o amor do Senhor, cantando músicas lindas. Pediam, agradeciam, rezavam! Esses eram os Soldados de Deus, levando amor, paz e sabedoria para todas as pessoas ao seu redor.

Um fiel se chamava Antônio. Antônio era a pessoa de maior bondade no mundo, renunciando a todos os prazeres para seu bem-estar com Jesus. A paixão de Cristo não foi em vão, Antônio honraria as palavras da bíblia, ajudaria os pobres e famintos levando a palavra do Senhor.

Antônio era um bom rapaz em seus quinze anos de idade, sempre negando as tentações. Um jovem que se orgulhava de dedicar sua vida à religião. Tirava notas boas, só não em biologia, não agüentava ouvir as blafêmias do professor para com Deus. Livros mentirosos escritos pelo demônio. Também tinha filosofia, odiava Nietzsche mais do que a Darwin. Não, depois de um tempo não odiava mais. Percebia que aquilo era um teste, deveria ter pena deles que agora queimavam no fogo do inferno.

Usou remédio para uma castração química, assim não sentiria mais a tentação da luxúria oferecida por Satanás. Foi o melhor dia da sua vida quando se descobriu impotente, sua mãe o apoiou.

Jamais conheceu o pai, portanto, como exemplo paterno, utilizou os ensinamentos de Jesus, escritos na bíblia sagrada. Sua mãe era uma boa mulher, que abandonou uma vida de pecados após ter um filho. Entregou-se a uma vida digna de uma boa cristã.

Esta é a vida de Antônio, uma pessoa que se dedica a Deus acima de tudo. Uma pessoa de bom coração que acredita em seu lugar no céu, afinal, se considerava o melhor servo de seu amado Jesus. Levava uma vida sem pecados.

Sua fé, a caverna. Seu Deus, as sombras.

Aprisionado na hipocrisia de viver por algo que não é real, um simples mito. O mito um homem invisível que fica nas nuvens observando tudo o que fazemos.

O mundo só estará a salvo quando finalmente se libertar de dogmas por medo de ir pro inferno, quando as pessoas aceitarem que não há nada além da morte, só sete palmos de terra. É ridícula a idéia de quem faz coisas boas vai para o céu, quem não as faz, vai para o inferno. Esta é a ilusão de quem é fraco para não aceitar o fim da linha.

Também há uma coisa ainda pior, talvez. As pessoas tem fé e rezam. Se não conseguem aquilo que rezam, foi porque Deus achou melhor assim. Então para que diabos rezar? Ter fé em seres fantásticos é não ter fé em si mesmo, não acreditar no própiopotêncial de conseguir as coisas.

Certa vez, o humorista, dramaturgo e desenhista Millor Fernandes disse:
"Quando o primeiro espertalhão encontrou o primeiro imbecil, nasceu o primeiro deus"

sábado, 21 de março de 2009

Ao som de um violão.

Não fazia a barba há três dias. O espelho do banheiro estava quebrado e sua mão cortada. A covardia ainda o impedia de fazer o que deveria ser feito. Na sua opinião a vida não havia mais sentido. Não, a vida fazia todo o sentido, mas não encontrava motivos para viver. O vinho já não tinha mais o mesmo sabor, nem sua pele o antigo desejo.

Pensava apenas numa pessoa. Precisava apenas de uma pessoa. Aquela com quem passou os momentos mais felizes de sua vida, aquela que lhe mostrou a felicidade de conviver a dois. Não se viam há uma semana. Uma última conversa e finalmente deixaria a lâmina de uma faca transpassar por seu pulso, com todo o vermelho saindo de seu corpo da mesma maneira que a felicidade lhe fugiu há uma maldita semana.

Sentado no sofá, aquele homem de cabelos pretos, com o desespero lhe vencendo, se chamava Zé.

Zé era um músico que cantava na noite, principalmente em barezinhos, com uma vida bohemia. Conhecia as músicas do Chico Buarque como ninguém. Em seu repertório não faltava Djavan, Toquinho e Cazuza. Sempre encontrou o conforto para seu desespero na música. Principalmente quando se tratava de sua vida amorosa. Mas nunca, em toda a sua curta história, ninguém decepcionou seu coração tanto assim. Uma última apresentação ainda seria necessária.

Se levantou do sofá, tomou banho, se arrumou, pegou as chaves do carro e logo dirigia para um barzinho que cantava toda terça-feira. Marcou com ele lá.

Banquinho, violão, pedidos de músicas em guardanapos amassados. As últimas notas de O Que Será, do Chico, foram seguidas por tímidos aplausos. A fumaça de cigarro, a cerveja que esquentava nas mesas, os risos das conversas cotidianas e aqueles que bebiam acompanhados de sua solidão.

Muitos afogavam as mágoas numa dose de uísque barato com muito gelo, Zé cantava suas mágoas ao som de um violão.

Pediu um intervalo ao público. Era a hora. Quando avistou Carlos numa mesa bebendo uma dose de Campari com limão, seu coração disparou. Se aproximou, sentou a sua frente e um nervosismo tentava lhe dominar. Deveria manter a calma, demonstrar que estava tudo bem.

- Como você tá, cara? - perguntou Carlos, no seu tom sutil, molhando os lábios com um gole no Campari.

- Tô bem. Tô ótimo. E contigo? - forçava uma calma assim como forçava um sorriso. Carlos o conhecia bem demais para saber o que se passava em sua mente.

- Cê sabe, Zé, minha vida profissional está indo muito bem.

- E amorosa? Tá saindo com alguém? - uma curiosidade pertubadora que o fazia falar merda. Não acreditava que estava sendo tão óbvio assim.

A quatro anos tocava naquele barzinho, há dois conheceu Carlos ali, naquela mesma mesa. Uma amizade que, no fim, se tornou muito mais que uma amizade. Um relacionamento que tinha tudo para dar realmente certo.

- Amanhã sai meu vôo para a Itália.

- Volta quando? - as respostas de Zé eram como reflexos, daqueles que sempre queremos nos livrar mas nunca conseguimos

- Não sei. Pretendo ficar lá até minha carreira se fixar.

Seus lábios começavam a secar. Agradecia aos céus por estar sentado, senão cairia de tão bambas que suas pernas estavam. As mãos com os dedos entrelaçados para não deixar que Carlos percebesse o quanto elas tremeriam se etivessem livres. E um silêncio começou a reinar naquela mesa.

- Mas vou vir sempre aqui para ver a família, amigos.

- Sei - disse Zé, num tom baixo.

- A gente podia se ver sempre. Como amigo.

"Claro", tentou responder. Não conseguia mais pronunciar palavras com mais de uma sílaba. Doía o silêncio que mais uma vez se arrastava até ali. Sem palavras. Sem saber o que fazer nem o que pensar. Esperou uma semana pelo maldito silêncio. As cordas do violão o chamavam.

- Tenho que ir, voltar a tocar. Adeus.

Carlos ainda abriu a boca para falar algo, porém, nada disse. Apenas escreveu com a Bic azul num guardanapo.

Preciso Dizer Que te Amo, do Cazuza. Foi a música que cantou ao ver seu grande amor pedir a conta. Cantando, seus pensamentos voavam. Talvez já pudesse desistir de viver sem arrependimentos, talvez fosse esperar um pouco mais para dar a última nota.

quarta-feira, 18 de março de 2009

As chaves do carro.

"Onde estão as chaves do carro?"

" Você procurou no móvel, Marcelo? Estava lá última vez que vi."

Ana passava maquiagem no rosto enquanto Marcleo terminava de vestir os sapatos. Era quarta-feira de manhã, ambos se arrumando para o trabalho. Um típico casal jovem, um advogado e uuma professora. Classe média, em dois anos de casamento finalmente começavam a fazer coisas que um casal comum faz: manter as aparências de casal feliz.

Marcelo se despediu de Ana, apenas com um simples "até de noite". Dois anos atrás seria com um selinho que terminaria com ambos suados e às pressas.

Na caragem, Marcelo apertou o botão do controle do alarme do carro, que piscou duas vezes.

Dirigia pela rua quando dá um tapinha na testa: havia esquecido de sua pasta na pressa de achar as chaves do carro. Rapidamente faz o retorno e acelera para pegar o sinal aberto. Péssima hora para ter o péssimo habito de não usar o sinto de segurança. Ao chocar com uma caminhonete, voôu pelo vidro e fraturou o crânio no asfalto.

Morreu.

O trânsito continuou.

terça-feira, 10 de março de 2009

Sacrifício.

Já beirava o fim dos quarenta anos de idade.

Estava sentado ali havia cerca de duas horas. Quando saiu do trabalho que detestava, dirigiu o Celta verde imundo até o Bar do Nogueira, onde ia todos os dias, sentando no mesmo lugar. Apreciava sua solidão com apenas duas ou três cervejas que esquentavam na mesa durante as intermináveis horas.

Silveira era seu nome. Pelo menos era assim que todos o chamavam. Jeans engomado, sapatênis e camisa social xadrez de manga curta com canetas no bolso do peito. Acendia um cigarro, óculos de lentes grossas. Já havia sido feliz quando jovem. Esposa chata, filhos adolescentes e contas a pagar, prestações, água, energia.

Há alguns anos que não sentia o prazer das coxas desnudas de uma mulher. Alguns ficariam frustrados na dúvida de saber se é ou não é impotente, mas aquilo já não importava mais.

Foi um jovem sonhador que curtiu a vida, mas agora só pensava em ter que suportar pelo menos vinte anos vivo, depois, finalmente poderia morrer. Mas seu orgulho já havia sido enterrado muito antes.

Acendeu um cigarro, era o último que havia naquele maço amassado que estava no bolso junto com as canetas.

Lançou um olhar para o relógio na parede do bar. Nove da noite. Pediu a conta ao seu Paulo, o garçom que trabalha há mais de vinte anos no Bar do Nogueira. Pagou, guardando o troco na carteira. Com a carteira aberta, observou dois retratos três por quatro, um menino e uma menina que hoje já deveriam estar com o dobro da idade que tinham na foto.

Seus filhos tinham uma vida de classe média, estudavam num bom colégio. Essa era sua recompensa. Já foi feliz, agora se sacrificaria pela felicidade de seus filhos.

Voltou para casa, dormiu na mesma cama da mulher que detestava e já não reconhecia. Deveria acordar cedo para ir ao trabalho no dia seguinte.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Watchmen - O Filme


Bem, caros leitores, cá estou eu novamente a dar uma de crítico de cinema...

Simplismente o filme que eu mais espero desde The Dark Knight. Claro, Nolan não seria capaz de fazer metade do que Snyder fez. Snyder, para quem não sabe, foi o mesmo diretor de 300, talvez por isso eu já esperava uma grande produção, pois, na minha opinião, a HQ de Miller ficou bem melhor nas telonas, mantendo a história, porém, colocando mais humanidade nos personagens.

Ainda estou de calça jeans, tênis e com a farda do colégio. São 17h54 e minha aula acabou às 12h00, e assim que terminou almocei no Bob's e fui ao cinema. 183 minutos de projeção que não me arrependo, os seis reais de meia entrada com carteirinha de estudante (apesar da censura ser para maiores de dezoito anos) mais bem gastos da minha vida!

Apesar de mudar uma coisinha aqui e outra acolá, por ser impossível adaptar tudo, Snyder deixou o filme perfeito, assim como a HQ de Allan Moore também é. Na minha opinião, o filme é magnífico, mas em termos de adaptação ainda prefiro o trabaçho de Rodriguez em Sin City, apesar das obras serem realmente diferentes.

A HQ é uma sátira aos super-heróis. No filme também pode-se encontrar algumas sátiras assim. Você provavelmente já assistiu ao desastroso filme Batman & Robin, com George Clooney. Pois bem, lembra-se dos mamilos que o filha da puta cretino corintiano diretor Joel Schumacher colocou na roupa do morcegão? Pois bem, tais mamilos também se encontram na roupa de borracha do nosso "super-homem de Nietzsche", o Ozymandias.

De uma das pequenas coisas que mudou, ainda estou com certa dificuldade de fechar a boca, o queixo realmente está caído da visão de uma luta do filme: o Comediante contra seu assassino. A melhor de todo o filme, na minha opinião. Aliás, ainda na minha opinião, Edward Blake é o melhor personagem de toda a história, o cara realmente é foda.

E falando de foda, não podemos falar de Watchmen sem lembrar do nosso "miguxénho" Rorschach, o cara mais amigável, sociável e sensível da história dos quadrinhos. Vê-lo nas telonas realmente foi uma coisa de louco, a máscara mutante e a voz... puta merda, sei nem se vou dormir direito hoje.

Ah, claro, também tem o Dr. Manhattan, outra figura incrível. O Coruja então nem se fala! Ah, claro, também tem a gostosíssimas... digo, belíssima Espectral.

Enfim, o filme é para maiores de idade, porém, até eu cosegui entrar. E Snyder realmente sacrificou alguns milhões de dólares justamente por causa dessa censura, tudo para deixar a obra mais próxima dos quadrinhos.



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domingo, 1 de março de 2009

E na quarta-feira de cinzas...

Certo, estamos no domingo, mas e daí? Só estou podendo postar no blog agora, então foda-se e finja que é quarta, beleza, amigão? Não? Então vá à puta que te pariu.

Enfim, foi um bom carnaval, sem ressaca e com todas as pregas no lugar! Sério, meu primeiro "verdadeiro carnaval", que eu realmente aproveitei o que tinha que aproveitar, bebi o que tinha e o que não tinha que beber.

Sem ressaca, e de arrependimento trago o de não ter aproveitado ainda mais!

Som alto, deve ter tocado umas doze músicas no carnaval todo, e olhe lá! Pelo menos clássicos estão voltando! Tipo bonde do tigrão e tal... mas não vem ao caso agora.

O bom de tudo é que foi tranqüilo, apesar de algumas brigas na praça foi de boa. O foda mesmo é que tem uns viadões que se acham a última prega do cu e querem arranjar brig com qualquer um. Poupe-,e; E o pior que esse povo não save nem brigar. Na minha época briga de verdade era dando soco em ponta de faga, oras!

Mas puta merda, é domingo e tá com uma cara de terça-feira que vou te falar. A gente passa não sei quanto tempo esperando o carnaval, ele chega, a gente pensa que tá começando e quando vê já acabou. A semana da gente fica toda desestruturada e o diabo a quatro.

Cara, depois posto outra merda qualquer, acordei com o ovo virado e até agora não desvirou. Vá pra casa do caralho enfiar peido em cordão que é o melhor que tu faz.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Dicas para o carnaval!

Qual a melhor combinação?

Finalmente estamos no carnaval. Ah, o carnaval! Esse misto de várias culturas unidas em dias de festa da carne aproveitando-se cada momento. Talvez quando entre o verdadeiro espítiro brasileiro.

Bundas desnudas, bebida e aquela chuvinha no final da festa. Hum... a vida realmente é boa!

Enfim, podemos falar um pouco de bebida, algo que realmente é meio preocupante. Se você for do tipo que sai de casa para arrumar confusão, nem saia, fique assistindo televisão que é bem melhor para você e para as pessoas à sua volta. Beba para se divertir, não para chorar. Se estiver triste se anime, mas não fuja do problema.

Geralmente a pessoa bebe, fica doida, se passa e depois boda. Se você for fazer isso nem pense em dirigir! Novecentos conto no couro não é mole, não, hein! Mas se você quiser ficar doido sem ficar bêbado sugiro Red Bull com vodca. Bebi, não me passei nem bodei. Mas isso foi de noite. Se você pe daqueles que duas horas da tarde já começou, sugiro uma cerveja de leve, mas pouco, para poder agüentar à noite.

De tarde use roupas leves, nada de ficar muito arrumado, um tênis qualquer. à noite, dependendo d eonde for, uma bermuda ou um jeans cai bem. Para mulheres, que são mais vaidosas, nada de salto alto, use mais sandália rasteira e short curto. E muito cuidado com os marmanjos que passam da conta na bebida.

Beber sempre é bom e nos ajuda a aumentar a diversão, mas com moderação. Lembre-se do provérbio: cu de bêbado não tem dono! Eu, graças a Deus, nunca senti nenhuma dor na bunda junto com ressaca, nada de ficar bebendo para ter amnésia alcoólica. Muito menos entrar em coma ou ter que ir para o hospital tomar glicose.

Saia de casa bem alimentado para não sentir fome no meio da festa e ter que comer aquele espetinho que você não faz idéia do que é feito. Isso pode te render um dia de caganeira. E coma bastante doce e sempre beba bastante água durante a folia.

Bom carnaval, aproveite bastante e cuidado para não ficar com aqueeeela ressaca moral na quarta-feira de cinzas, pelo amod de Deus!

Abraços!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O verdadeiro poder.



Muitas vezes olhamos para um político e dizemos: "esse cara é poderoso". Mas, na verdade, nesses tempos de hoje, qual seria o poder?

O verdadeiro poder se resume em convencer as outras pessoas de que o que você fala é o certo. Um bom exemplo disso é o de Hitler. A Alemanha estava fodida, a economia praticamente na mão dos judeus. Então o bigodinho disse que a raça ariana era superior e o resto da história todos nós já conhecemos. O que importa foi que ele convenceu várias pessoas de que estava certo e não forçou.

Vou usar um exemplo que meu professor de filosofia disse: fulano quer que ciclano faça algo, mas fulano não quer, então ciclano mete a porrada no fulano que faz o que ciclano queria, mas na hora que puder o fulano vai trair o ciclano. Mas agora se ciclano convencer o fulano a fazer aquilo fulano faz com orgulho. Meio confuso, porém, uma boa forma de explicar. Eu acho.

O poder do argumento é maior que a força bruta. Conquistar é mais eficaz que forçar. O carisma e a coveniência ajuda bastante nisso.

No Brasil o maior poder não está nas mãos do governo, mas sim nas mãos da imprensa. Para ser mais exato nas mãos da Rede Globo. Roberto Marinho, enquanto vivo, praticamente mandava no Brasil. Só lembrar das eleições em que a globo transmitiu somente uma parte do debate para presidência, favorecendo apenas um candidato. O resultado? Fernando Collor no poder.

O povo só tem opinião sobre aquilo que conhece, e só conhece aquilo que lhe é transmitido. Hoje há alienação como novelas e programas como Big Brother Brasil, onde deixam pessoas trancadas numa casa para se divertir e, no fim, um dos paricipantes ganhar uma boa quantia de dinheiro. Você liga, vota, participa de comunidades no orkut e a porra toda, E para quê? O cara em que você votou vai dividir o dinheiro contigo? Se quer ver "o show da vida" comece a perceber seu cotidiano.

Na ditadura militar houve a censura. O nível das escolas públicas caiu. Tudo isso para quê? Para deixar o povo burro. A diferença é que naquele tempo as pessoas tinham a cabeça no lugar. Hoje não. Nem se dão conta de como são manipuladas. A novela das oito transmitida na TV Globo é o programa que mais rende audiência no Brasil, ou seja, o que manipula mais. E as pessoas nem se dão conta disso. Ficam felizes até. Tenho pena dessas pessoas.

Muitas pessoas não gostam e até consideram uma alienação. Sou leigo e não tenho o direito de falar sobre isso, jamais vivi, mas li um pouco e venho com a cara de pau para falar sobre o funk carioca. É uma linguagem do povo para o povo, só entende quem vive. É a realidade retratada pela música e julgada por quem não entende nada. Dizem que o funk faz apologia a drogas e violência. Mas é apenas o cotidiano de pessoas que são obrigadas a conviver com isso porque o governo está falho e não pensa em investir na educação para abolir a marginalidade.

Vamos supor que uma garota foi estuprada. Agora devemos ouvir a versão do estuprador, certo? Afinal, ele é inocente até que se pro o contrário.
"Eu tava andando quando ela começou a olhar para mim. Começou a me provocar, falando de jeito sensual e tudo o mais. Dava tudo a entender que queria ficar comigo. Tentei resistir, mas que homem realmente conseguiria? Então ela diz que não quer e dá as costas. FIquei desesperado, louco, insano. Não sabia o que estava fazendo. Quando dei por mim eu já estava por cima dela. Tentei me controlar mas não consegui! Se ela não tivesse me provocado na disso teria em acontecido. Ela insinuou que queria algo comigo e eu acabei faltando ao trabalho e fazendo algo horrível. Que Deus me perdoe e que cuide dela."
Algo realmente comovente, não? Agora imagine num jornal, se você jamais souber da versão da garota estuprada, você simpatizaria com o estuprador?

Há um filme que se chama O Quarto Poder, com Dustin Hoffman e John Travolta. No filme um porteiro burro foi demitido de um museu em que um repórter sensacionalista estava com a equipe de transmissão. O porteiro saca uma arma e um circo é armado. Ele queria o emprego de volta e, mesmo sme querer, acaba fazendo um grupo de crianças como refém. Então o repórter, vendo à frente a oportunidade da sua vida, começa a criar todo um circo. Faz com que o porteiro demitido seja um herói, mas logo essa imagem começa a despencar. Mostra bem como a opinião pública pode ser manipulada e também como é frágil. Existem vários filmes desse tipo, um deles seria Um Dia de Cão.

Nas últimas eleições de 2006 para a presidência da república o povo se mostrou capaz de enchergar além da tela de uma televisão. Foi clara que a Globo não queria a reeleição do Lula. Durante as eleições todo o sensacionalismo global estava direcionado a tudo de ruim que aconteceu no mandato do presidente. E ainda teve a cara de pau de colocar a minisérie JK no ar, onde retratava a vida de Juscelino Kubitschek como um político perfeitoe honesto, tudo isso fazendo campanha indiretamente para o tucano Geraldo Alckmin.

Naquela épocaE se a Globo tem o poder de manipular as pessoas imagine a religião. Séculos atrás não havia televisão, mas havia a "palavra de 'Deus'", que embriagava e embriaga até hoje mentes sem o ceticismo, porém com o temor, de indagar a existência de seres da terra do faz-de-conta. um padre era alguém com ligação direta ao tal "Deus". Hoje nós podemos ver gente dando tudo o que tem para a igreja porque o pastor diz que o Senhor quer assim. O meu ovo esquerdo, esses merdas só querem enganar pessoas sem educação.

Quantas vidas não seriam salvas se fossem realizadas as pesquisas com células-tronco? Milhares! Mas não, a religião não permite, taí para atrapalhar a vida de várias pessoas. Um menino com câncer e os pais não tratam porque é a vontade de Deus e os médicos são demônios. Poupe-me.

O dinheiro. Talvez esse seja um dos maiores poderes que se pode existir. Comprar amigos influentes, se tornar influente. Hoje o preconceito é puramente financeiro. Se o cara é homofóbico vai tratar igual o cara que é gay e é dono de uma empresa multinacional e um outro cara gay que é zelador do prédio? Creio que não. Com dinheiro pode-se comprar a opinião. Subornar um diretor de televisão e conseguir se eleger através da mídia é possível. Por mais que a imprensa influencie e forme a opinião das pessoas, o dinheiro as compra. Um cara sem muito dinheiro vê que político X tem boas propostas, parece honesto e tudo o mais, resolve votar nele, mas se vem político Y e solta o dinheiro, querendo comprar o voto, em quem que o cara vai votar?

Educação é algo que se vê o resultado a longo prazo. Não dá voto. E mesmo se desse, a população ficaria mais esperta, o nível de intelectualidade aumentaria, as pessoas saberiam em quem votar. Fariam boas faucldades e conseguiriam bons empregos. Não precisariam vender os votos. E o político que quer mamar no governo fica na merda. Educação melhora e diminui a marginalidade. Acabaria com as promessas de políticos como dar empregos, iminuir a fome, etc. No fim, seria péssimo para a chamada politicagem. E o pior é que no Japão, após a guerra, tava fodido. Ajeitou a educação e em menos de 50 anos já estava entre as grandes potências mundiais.

"Os fins justificam os meios", já dizia Maquiavel. E se o seu objetivo é chegar ao poder não importa o que você faça, só importa quando já estiver lá em cima. Não é assim que tem que ser?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Um novo dia: capítulo um.

Pela primeira vez na vida realmente conhecia a sensação de liberdade. O seu corpo nu cortando o vento era algo realmente agradável. Seus cabelos esvoaçavam. Porém, logo ouve-se um alarme de carro gritar.

Rumo a liberdade, ao cair do vigésimo quinto andar de um prédio executivo, sua queda foi amortecida por um carro. Como uma bola de pingue-pongue, ele ricocheteou e caiu no asfalto.

Elegantes sapatos italiano refletindo em seu rosto os raios solares do meio dia. Ao olhar para cima e logo ficou de pé. Tinha um sorriso no rosto com sabor de orgulho. Peito estufado e cabeça erguida. Assim encarava a morte.

- Olá, senhor - disse, cumprimentando a quele que deveria levá-lo dauqele lugar.

- Suicídio? A Vida já não fazia sentido?

- A Vida? Hum, sinceramente, prefiro a Morte.

O alarme do carro chamou a atenção de algumas pessoas que estavam na rua. E agora viam o corpo do homem que caíra ali sem nenhum ferimente e, aparentemente, falando sozinho.

Então a Morte se dá conta de algo. O corpo que caiu era o mesmo que estava falando. Não era a alma. As pessoas ao redor percebiam aquele que já não deveria estar ali. Então um terceiro personagem aparece: velho, baixo, curvado, barba grisalha, chapéu pequeno, terno cinza empoeirado e um relógio de bolso. Era aquele que enxergava o presente, o passado e o futuro. Era aquele a quem chamamos de Tempo.

- Você veio me levar - disse, num tom calmo e de voz fraca o Tempo.

- Porra, velho, tu não pode morrer. O que aocnteceu? - Indgou a morte, num tom supreso. Era a primeira vez que tinha aquela sensação.

- Eu matei o Tempo, ora, logo me tornei imortal. A hora da minha morte jamais chegará - falava o humano, que agora dava as costas e começava a andar.

Agora o Tempo já não existia. Tudo parou, porém, as pesoas continuavam. Ainda era cedo para perceberem o que ainda estava por vir.




Dedicado a todos que amam sexta-feira 13!!!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Fotografias em preto e branco.

Primeiramente, gostaria de pedir desculpas por todo esse tempo sem postar nada aui no blog. Nesses últimos dias estou sme muita inspiração para escrever nada, mas tô aprendendo a usar as funções da minha máquina da maneira certa.

Mas posso ir adiantando que, na minha cabeça, preparo uma continuação para o conto da Vida e da Morte, inserindo personagens baseados na mitologia grega.

Enfim, agora vamos às fotos! Porra, quem não curte fotos em preto e branco? Pelo menos eu gosto, é charmosa e pega bem em quase tudo.

Já tem algum tempo que tirei essas fotos. São coisas aleatórias. Certo dia tava na casa da minha avó, quando eu ainda morava lá, e comecei a fotografar cadeiras, mesas, etc. Tudo isso na intenção de mostrar várias coisas que passam despercebidas no nosso dia-a-dia. Ah, e para a alegria da mulherada tem até uma foto minha no espelho.

Sem mais enrolação, agora vamos às fotos!








quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Um dia comum.

Alto, óculos escuros, terno elegante, sapatos caros. Parecia entediado, com uma mão no bolso e a outra segurando o guarda-chuva aberto sobre sua cabeça. Noite chuvosa. Não gostava muito de trabalhar daquela naquele clima.

Estava na calçada. No meio da rua havia um carro capotado e sendo devorado pelas chamas. Mais uma vez teria que agir rápido, senão o trabalho ficaria mais desagradável. Foi até lá normalmente, a rua escura iluminada pelo fogo. Com metade do corpo para fora do carro, um homem magro e careca parecia dormir tranqüilamente com a cabeça sangrando. Abaixou-se, segurou pelo colarinho do careca e o arrastou até a calçada.

- Acorda, bela adormecida - disse, dando pequenos tapas no careca que logo abria os olhos.
O tal sujeito acordou assustado, sem saber o que estava acontecendo. Levantou-se rapidamente, passando a mão pelo próprio corpo para ver se estava tudo em ordem. Respirou aliviado.

- Oh, Deus, muito obrigado! Mas... ei... quem é você? Você me tirou dali?

- Pode-se dizer que sim - falou, colocando um cigarro na boca e o acendendo com um isqueiro de prata.

- Obrigado, de verdade, muito obrigado! Posso fazer algo por você? Tenho muito dinheiro, se você precisar...

- Não quero dinheiro.
O careca olhou para o homem, estranhando-o. Quem, em sã consciência, não gostaria de receber dinheiro?

- O que você quer?

- Cumprir meu trabalho, minhas obrigações.
Fumava o cigarro sem tragar, deixando a fumaça sair pelas narinas.

- Você me salvou, merece alguma recompensa - insistiu, agora temendo que o tal homem lhe fizesse algum mal.

- Não te salvei, amigo. Olhe para trás.

A visão de si morto deve ser realmente chocante. Se ainda estivesse vivo o careca provavelmente teria sofrido um ataque cardíaco. Se perguntava o que estava acontecendo. Olhava para os lados e entendia tudo menos ainda.


- Quem é você?

- Sou a Morte, careca. Chegou a hora.

Desesperado, o careca apenas partiu numa corrida sem rumo pela rua. Respirava, sentia a chuva e os pés sobre o asfalto. Parecia mais vivo do que nunca. Mas, afinal de contas... qual era o seu nome? Quem era? O que havia acontecido antes de acordar na calçada? Percebeu, então, que desde aquele momento em que fora arrastado suas lembranças começavam a desaparecer. Olhou para trás e não via mais a Morte, porém, ao olhar novamente para frente, esbarrou nela. Fugir do inevitável seria uma tolice.

- É sempre a mesma coisa, puta merda! Vocês vêm, morrem e não aceitam. Isso realmente me entristece - o tom da Morte era sarcástico, debochando do careca. - E o pior de tudo que ainda me fazem parecer o vilão da história.

Talvez pela primeira vez naquela noite, ali, sentado no chão molhado, começava a raciocinar. Esfregava a testa tentando tirar alguma lembrança dali. Nada. Encarando a Morte nos olhos, finalmente se ergueu como homem. Ajeitou a roupa, enguliu a seco e finalmente criou coragem para perguntar:

- Para onde eu vou?

- Você? Não faço a mínima idéia. Eu vou para aquele bar de strippers no fim da rua. Au revoir, mon ami!

Então a Morte lhe deu as costas. As lembranças se perdiam cada vez mais. Perguntava-se o que havia ocorrido nos últimos minutos, então já havia esuqecido tudo e seu "corpo" se desfazia com o vento.

No local do acidente os paramédicos e a perícia estavam armando todo o circo. Apesar de tudo, todos pareciam ignorar um homem tão alto quanto a Morte. Vestia um terno branco e andava em passos calmos sob a chuva.

Numa maca, o corpo seria levado ao hospital. Mas então o homem de terno branco, enquanto acompanhava a maca, aproximou os lábios ao ouvido do careca, sussurrando algo para então desaparecer no meio de uma multidão.

Longe dali, numa colina, estava a Morte observando a cidade. Ao seu lado, a Vida.

- Olá, bom samaritano. Desfilando e levando uma nova vida à minha freguesia?

- Eles são fracos. Você leva, eu trago - a Vida possuía um tom de voz calmo e paciente.

- Somos as únicas certezas desses pobres coitados. Você os acompanha por anos e nunca sobra tempo para eu me divertir.

- É você que sempre estraga os meus planos.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Flores (fotografias).

As flores são realmente fantásticas. Simbolizam o amor, a paixão, a tristeza. Cada qual é diferente da outra, tem sua beleza especial.

Dá pena de ver quando alguém arranca uma flor. Como disse antes, adoro apreciar algo belo, porém, sem destruir. Então trago algumas fotografias que eu tirei no jardim de minha avó, onde realmente há belas flores.



Não durma!

Sério, você não deve dormir! Não seja fraco e se divirta, em vez de se deitar na cama e dormir!

Quantas festas você não perdeu por estar dormindo? Pense nisso: nessas madrugadas de sgeunda feira após um árduo dia de trabalho você deita na cama e dorme? Besteira! Faça como eu e crie um blog, então fique escrevendo! Que se foda ter que acordar cedo no dia seguinte!

Situação: você podia ter ficado no sofá da sala assistindo aqueles pornês toscos que passam no Multishow, mas não, você lembra que tem que acordar às 6h no dia seguinte e enfrentar uma aula de física chata... então vai dormir. No seu cantinho, na sua cama confortável e no travesseiro cheirosinho você se sente intocável, inabalável. Porém, nem sempre é assim. De repente cai um meteorito e te pega bem na espinha! A pior parte é que você não morre, fica tetraplégico! "Por que diabos não fiquei vendo os pornôs?", você pensa. Porque teve que dormir!

Quando você chegar à velhice, com poucos anos de vida, vai ter passado mais ou menos um quarto da sua vida dormindo. O que você não daria para ter esse um quarto de vida de volta? Pois é! Esqueça sua cama e fique de pé, escutando música, lendo livro... qualquer coisa! Apenas não durma!

A mulher, toda gostosona e tudo mais, chega junto e diz: "Quer dormir comigo?". NÃO! Você não quer domir com ela, no máximo um cochilo de manhã, oras! Essa expressão deveria ser esquecida por todos!

Mas então... Puta merda... tá tarde pra caralho...

Enfim, vou dormir, beijinhos, meu queridos leitores!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Porque a Terra gira...


...e nenhum pôr do Sol é igual ao outro.

Cada momento não tem volta, jamais se repetirá, o tempo passa, as pessoas mudam. Amores, tristezas: tudo lembranças no curto e árduo caminho da vida. O passado passou, o futuro ainda virá, viva o presente. "Viver o futuro é morrer mais cedo", me disse uma amiga certa vez. E, quer saber, é a mais pura verdade, quando toda a nossa tragetória de sonhos não realizados terá apenas um caminho certo: o fim.

Não vale a pena ter uma vida de arrependimentos. Merdas acontecem freqüentemente em nossas vidas, e, muitas vezes, nós quem fazemos. Quem não queria voltar no tempo para falar àquela garota o quanto gosta dela? Ou de ter tido coragem de roubar-lhe um beijo? Muitas pessoas pensam "Por que não?", enquanto outras pensam "Porque não..."; umas fazem merdas por não pensar, e outras pensam merdas e não fazem nada.

Viver a vida pode significar muitas coisas além de pleonasmo.

Viver a vida é uma arte, não um erro gramatical.



P.S: Texto antigo, de minha autoria, retirado da minha comunidade no Orkut. Ah, e a foto eu que tirei da janela do meu quarto.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Já dizia a música: "...e uma cara embriagada no espelho do banheiro"...

Quantos perfis no Orkut você já viu uma foto tirada num espelho? Pois é, é moda que se alastra por todos. Hoje muuuuuuitas pessoas tem foto assim.

Vim aqui dizer que também sou filho de Deus!

Também tenho direito à fotos no espelho em momentos que o tédio bate! Sério, tirar foto de si mesmo é algo viciante! Bem... pelo menos eu fiquei viciado nisso!








Admita, sou sexy!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Primeiro dia de aula...

Pois é, meu caro leitor (se é que alguém ler esse blog), como disse num post anterios, as férias acabaram. As aulas recomeçaram (para mim elas rerecomeçaram). Mas até que não foi tãããão ruim. Acho até que foi legal.

Primeira aula foi de química, professor tá mor limpeza agora. Dias atrás eu tava vendo o Orkut do cara, só tinha foto dele bêbado em embriaguez ou em quase coma alcoólico. Então, para brincar, sem esperança de obter resposta, eu coloco um comentário numa foto: "Professor, qual a fórmula da cachaça?". Pois é. Ele respondeu. Não, não foi me enviando um recado, mas sim dando um exemplo na aula. Sobre misturas, substâncias e todos os outros assuntos que me dão alergia.

"Gente, não sei se vocês tem msn, Orkut, mas enfim. Um aluno meu chegou e deixou uma menssagem perguntando a fórmula da cachaça...", pois é, instantâneamente, levantei o braço. Toooodo mundo olhou e começou a rir. Uma garota, na frente (eu sento beeeem atrás) gritou: "E pra que tu quer saber a fórmula da cachaça, menino?", "Pra fabricar", retruquei. Então, o professor colocou no quadro bem grande a fórmula do álcool etílico, que, segundo ele, é C2H3OH (é, eu anotei algo da aula de química, pode zoar).

Agooora... bem, sempre tem algumas coisas não tão boas. Uma delas, por exemplo, é que a minha sala é minúscula. Ah, claro, e a mentalidade das pessoas, muita gente infantil demais.

No intervalo, pelo menos, pude conversar com alguns rostos conhecidos, gente fina. Mas agora tô pensando em mudar de classe, ir para uma que é formada apenas por novatos. Talvez seja melhor eu me enturmar com pessoas não tão conhecidas.

Ao decorrer do ano, quem sabe, coloco mais alguma postagem sobre o tema escola. Bem, é isso, volte sempre.

Porra, agora é foda... quando fica sem assunto... mas beleza... consigo dizer "até a próxima"...

Vocês querem que eu comente algo sobre futebol? Não? Ah... pena...

Bem... é isso...

"Até a próxima!!!"

domingo, 25 de janeiro de 2009

Último dia de férias.

Nessas férias acho que eu realmente me diverti pra caralho. Do meio do ano para cá festejei o que tinha para festejar, bebi o que tinha para beber.

Não me arrependo de muitas coisas, só de não ter comemorado mais a vida. Ah, claro, e de beber muito uísque barato, pior que cachaça, coisa que pretendo nunca mais fazer.

Não levarei muita ressaca moral das férias para o começo desse ano letivo. Ah, claro, talvez seja bom (para você) relembrar que fui reprovado. Bem, é algo que, por motivos pessoais, seja até bom. Tenho lá umas paradas pendentes a resolver. E, oras, eu gosto de fazer as coisas bem feito! Por isso farei duas vezes!

Falando sério, agora. Depois de muito tempo, eu posso dizer: "hoje eu sou feliz". Serei uma nova pessoa, um novo Pedro. Tentarei agir de diferente modo do que eu agi no último ano letivo, ser mais eu, deixar de lado essa timidez que me prende atrás de um computador. Se você é do tipo que fica o dia "teclando", eu te aconselho a viver a vida! Afinal, como eu disse em um texto certa vez, "viver a vida é uma arte e não pleonasmo".

A qualquer momento eu posso morrer, assim como você sofre desse mesmo risco qualquer um que está entre nós também sofre. Qual o problema de tentar ser feliz se divertindo? Bebendo, transando, dançando? Viva como uma pessoa comum, não como uma pessoa hipócrita que tenta passar uma falsa cara de santa para se manter nas regras de uma sociedade corrupta onde cada um só é avaliado pelo que tem.

É dia uma revolução que precisamos, tirar o poder dos gordos traseiros que mandam e desmandam, roubas e corropem a sociedade brasileira! Somos filhos deste solo, és mãe gentil! Vamos tomar todo este dinheiro roubado e sujo e queimar! Vamos destruir as casas destes bandidos de gravata, fazê-los sofrer tudo o que eles nos fizeram sofrer! Por tudo o que nós tivemos que engulir, que eles paguem em dobro!

Certo, acho que agora fui radical demais. Melhor não considerar o parágrafo acima com taaaanta seriedade. Enfim, bom ano letivo para quem também começa segunda a vida normal e tediosa. Amanhã posto como foi o primeiro dia de aula de um repetente!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Fotografias.


Estava revirando algumas coisas no meu quarto, fingindo arrumar, quando me deparo com várias fotografias antigas em álbuns com "Revelação em uma hora". É impressionante em como o cheiro de poeira nas pontas dos dedos pode trazer à tona várias lembranças boas.

Fotos de mais de dez anos atrás eternizando pequenos momentos felizes. Viajens, festas de aniversário. Fotografias da minha infância provando que o passado está lá.

A saudade sempre bate quando vejo fotos antigas do meu pai, antes mesmo de eu nascer, quando ele ainda era solteiro, sua juventude. Gostaria de tê-lo conhecido nessa época, não parecia tão sério.

Talvez minha atual paixão realmente seja a fotografia. Capturar toda a beleza de algo sem ter que destruí-lo, podendo, depois, ficar olhando-a por horas. Hoje percebo a importância disso. A importância de sempre nos lembrarmos de momentos que talvez jamais voltaremos a vivenciar. Pessoas das quais jamais poderemos abraçar, beijar, conversar novamente.

A pior coisa existe, creio eu, deve ser esquecer o rosto de uma pessoa amada. Esquecer sua voz, seu cheiro.

Meu pai morreu há vários meses atrás e até hoje tenho dificuldade para aceitar isso. Sempre penso nele, sempre choro por ele. "Está na hora de esquecer 2008", me dizem. Mas por que diabos eu deveria esquecer do meu pai? Não. Não devo esquecer, devo sempre lembrar do que aconteceu. Dos momentos felizes e dos momentos tristes. Amadureci bastante com isso, hoje tento tirar proveito de cada segundo da minha vida. Sei que um dia eu também vou morrer. Ter sempre uma boa lembrança para momentos difíceis.

Ah, e a foto sou eu e meu pai na minha festa de Doutor do ABC.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O bar.

Lentamente o uísque barato escorria pelas pedras de gelo, enchendo o copo. Neste meio tempo, mais uma ponta de cigarro foi largada no cinzeiro de vidro.

O garçom foi atender outra mesa, o freguês apenas ficou ali, perdido em pensamentos, com pessoas conversando em tom alto ao seu redor. Bebia sozinho, fingindo não se importar. A solidão era sua única companheira.

Passou a noite anterior com um amor comprado de seios nus. Em poucas horas passaria folheando revistas no velho banheiro.

Seu uísque desceu queimando a garganta e explodindo no peito. Sentiu a barba arranhar a palma de sua mão quando coçou a bochecha esquerda. Esfregou o rosto. Recordava o passado e cada gole era uma lembrança que ressurgia. Bocejou e fechou os olhos, abrindo após instantes.

Olhou para um lado, para outro. Acabou por notar uma bela jovem ao balcão. Provavelmente tinha o dobro da idade da garota. A pele parecia macia e o curto vestido deixava as belas pernas a mostra. Bebia Campari.

Os olhos dela também acabaram por percebê-lo. Não demonstrou constrangimento, encarando-a com um sorriso no canto da boca, ela retribuíu o gesto erguendo a sobrancelha esquerda.

A bela morena levantou, trazendo consigo a dose de Campari e sentou na mesa sem nem ao menos pedir permissão. Puxou papo e a conversa se desenvolveu bem. Não vendia seu corpo, apenas gostava de usar.

Agora estavam em algum quarto de apartamento. Não muito luxuoso, mas arrumado e limpo. Na cama, os dois se beijaram e entrelaçaram as pernas. A noite foi longa e prazerosa. Os lábios daquela misteriosa garota eram realmente calorosos.

Algo estranho aconteceu. O garçom lhe tocou o ombro. Uma decepção e tanto quando a dura mesa de madeira tomou lugar dos seios macios da morena.

Um dia já foi feliz ao lado de uma mulher. Essa lembrança foi a que mais o machucou.

Voltou a beber sua dose. Acendeu outro cigarro.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Resquícios de sábado à noite.

Banho de mar, carangueijo na praia, choverada, balde d'água de gelo na cabeça, copo de cerveja. Tudo programa de domingo à tarde, mais para uma hora ou meio-dia. Tudo fluindo de vento em poupa para matar a ressaca dos litros de uísque barato nas veias do dia anterior. Cada um tem seu jeito de fazer aquela sede que vem junto daquela dorzinha de cabeça e embrulhado no estômago passar.

Porém, nem sempre podemos contar com isso.

É duro lembrar das merdas de sábado à noite. Numa hora você tá meio alto, fazendo isso, aquilo, então você apaga, perde o controle do seu corpo. Acontece nas melhores famílias.

Não se pode curar a ressaca moral, um dos piores sentimentos do domingo à tarde. Não é para qualquer um, não, meu véi. Você acha que tá tudo bem quando se dá conta que não se lembra o que fez na porra do sábado à noite, só lembra de ter bodado e visto aquela pessoa que provavelmente contará que te viu bebendo para a sua mão.

E se vem neguinho te falar que você ficou com uma mina gatinha e você não sabe se é ou não verdade?

Ou se você fica lembrando daquela garota, gritando seu nome e mandando pessoas ligarem para ela sendo que ninguém conhece?

Resquícios de sábado à noite...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Amor de mãe.

Uma festa de gala. No bairro nobre da cidade a sociedade burguesa se reunia em mais uma comemoração, bebendo vinhos caros com o dedo mindinho levantado. Políticos corruptos, advogados assassinos, banqueiros da máfia. Longe dali, muito longe dali, onde a noite é mais escura, a área pobre. Vidas miseráveis abaixo da linha da pobreza.

Dona Maria deveria ter por volta dos cinqüenta e tantos anos. Aparentava ter muito mais. Morava num barraco pobre onde nenhuma pessoa realmente merecia morar. Porém, estava melhor que a maioria dos moradores do bairro.

As estrelas sumiram quando o céu fechou. A água da chuva caía na calçada e escorria pelo boeiro.

Com os grossos pingos de água lhe martelando a cabeça, uma pobre garotinha de apenas seis anos andava apressadamente. O rosto molhado não só pela chuva, mas também por lágrimas amargas. Renatinha, neta de dona Maria, que agora batia na porta com sua pequenina mão. Em silêncio, ouviu passos de dentro do barraco, em seguida, a porta se abriu. A avó olhou com seriedade para a neta, logo a fazendo entrar.

Renatinha, assustada mas calada, nada fez quando dona Maria lhe jogou uma toalha. Não perguntou o que havia acontecido, entendeu tudo apenas em olhar para as coxas ensangüentadas da pobre menina.

Dona Maria foi até um cômodo do barraco, passando pelo pano que deveria ser a parede. Tirou uma grande faca da gaveta. A lâmina estava cega e enferrujada. Uma expressão de ódio no rosto. Passou pela pequena sala, praticamente ignorando a menina. Saiu na chuva sem se importar, virou à direita andando até o terceiro barraco da rua. A porta estava aberta.

Um outro barraco, menor e sujo. Os poucos móveis caídos. Gritos. Adentrou a sala, atravessou e logo avistava a pequena cozinha. Um homem magro e feio batendo numa mulher também magra. A mulher tombou, caindo para trás, o homem deu-lhe dois pontapés na coxa. A lâmina cega da faca de dona Maria entrou nas costelas do sujeito. Tirou a faca e o encarou.

José tinha uma barba mal feita com um bigode grande, cabelo curto e assanhado. Era o genro da dona Maria. Agora tinha um buraco nas costelas, por onde sangrava. Seu hálito era de cachaça. Sua mão suja com sangue da esposa voou no pescoço da sogra, que acabou por desferir mais um golpe: desta vez acertou a genitália, rodando a faca.

"Filho da puta! Isso é pra tu nunca mais estuprar minha neta, seu merda", rugiu dona Maria. José deixou uma lágrima cair, em seguida, caiu ajoelhado no chão com a faca por entre as pernas. "Ande, minha filha, vamos pra minha casa", falou, num tom de desprezo. A filha se levantou e deu um tapa na mãe, gritando com ódio pelo que havia acontecido com seu amado marido.

Hábitos que não mudam.

Não seria a primeira vez que faria aquilo. Não era mais o amador de anos atrás. Estava estressado com a esposa, com a cara feia do chefe no trabalho e com a idéia de que poderia estar enferrujado. A pelo menos três anos não fazia. Precisava relaxar e aquilo sempre o deixava com uma paz de espírito. Uma recaída, mas, mesmo assim, não seria nada demais.

Calçava quarenta, mas suas botas eram quarenta e quatro. Colocou jornal para não ficar tão frouxo. Assim pareceria mais alto e mais magro nas pegadas deixadas na terra. O céu estava limpo, mas mesmo assim usava capa de chuva. Também tinha luvas em sua mão. No rosto uma máscara de pano negra.

Segurava a faca com firmeza. Era invisível num beco escuro perto de algum bar na área pobre da cidade. Não havia muito movimento. Os carros passavam de meia em meia hora, quando passavam. Viu, então, uma bela mulher passando. Parecia uma porstituta. Casaco barato, botas até o joelho de couro brilhante, top vermelho, chiclete na boca, bolsa pequena e exagerados cabelos pretos. Ela passou pelo beco e logo foi atrás dela. Segurou-a por trás, colocando uma mão em sua boca, a outra, seguurando firme a faca, fez a lâmina lhe tortar a garganta. Outrogolpe, agoa à espinha da prostituta. Enfiou a faca e girou, e o sangue espirrou na barriga. Por último, usando a mão que lhe tampava a boca, quebrou o pescoço dela.

Saiu dali às pressas, voltando ao beco escuro. Tirou a capa de chuva ensangüentada e enfiou cuidadosamente num saco. Em seguida, colocou as botas. Havia outro par de sapatos escondidos estrategicamente. Calçou-os. A faca e a máscara foram para o mesmo saco da capa de chuva, assim como as luvas.

O saco era preto e grande. Levou até um grande tambor de lixo. Colocou o saco ali, em seguida, tirou uma pequena garrafa de álcool no bolso, derramando o líquido no lixo e em seguida o acendendo com um palito de fósforo.

Foi até o carro e logo dirigiu à sua cobertura na área nobre da cidade.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A morte. A vida?

Nesta trama sem sentido, sem pé e nem cabeça, você não encontrará final feliz. Muito menos um final com sentimentalismo barato ou lição de moral. Portanto, lhe aconselho a fechar esta página. Mas, claro, se você for do tipo teimoso e ainda tem a esperança de encontrar algo que se aproveite no tédio deste blog, sinta-se a vontade.

Muito bem. Você ainda está aqui. Por consideração à sua pessoa vou parar de enrolar. Agora seria a hora ideal para descrever o clima. Frio. Agora o cenário. O mais clichê possível de um filme noir em preto-e-branco. O nosso personagem? Um senhor de idade, entre sessenta e setenta anos. Poderíamos descrevê-lo como um mendigo.

Agora vamos acelerar nossa história. Um ataque fulminante lhe invade o peito. Prestes a morrer de uma parada cardíaca, enquanto jovens punks passam perto e olham com indiferença, o coitado tem uma visão de como foi sua vida.

A vida lhe parecia como uma estrada. E nesta estrada, a cada quilômetro, pode-se encontrar um pouco daquilo que era sua dignidade. Uma estrada de sonhos não realizados e amores perdidos. Por entre esses sessenta ou setenta anos que viveu, como, até hoje, jamais havia adiantado aquele momento? Afinal, era apenas um mendigo insignificante num mundo sujo.

Ao que parecia, os jovens punks não o olharam com real indiferença. Amaldiçoou o som da ambulância chegando ali.

Sobreviveu mais um dia para voltar à sua miséria e àquilo que chamavam de vida. "Teve sorte", disse o médico, dando-lhe um tapinha nas costas. Mas, na verdade, sorte era o que lhe faltava.

Foi obrigado a sobreviver por mais dias.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

João e suas lembranças.

Quarentão, quase cinqüenta. Divorciado. A esposa tomou tudo do nosso pobre heróis. Hoje, vive num apartamento mínimo de dois cômodos. As cortinas sujas fechadas sempre, apenas com aquelez clarões azulado da tevê em seus rosto iluminava.

Sentado numa poltrona, apenas de cueca e camiseta, bebia sua Skol estupidamente quente. Na mesa de centro, entre o sofá e a televisão, um último pedaço de pizza na caixa que já estava ali desde o dia anterior. Os dias de João sempre era vazios, bebendo em frente à tevê e remoendo um passado em que se dizia feliz.

Domingo à noite. Não tomava banho desde quarta-feira. Um triste destino para quem um dia foi um brilhante advogado. A Gloria Maria, no Fantástico, falava sobre mais um caso de corrupção no Senado. Passado o sensasionalismo, agora uma reportagem em que o Zeca Camargo rodava lugares históricos de Paris. Conheceu tudo aquilo com sua mulher. Ex-mulher. E mais uma vez as lembranças lhe esfaqueavam pelas costas.

Chorava. Outra facada em seu orgulho cheio de cicatrizes abertas.

Cortou os pulsos. Morreu. Ninguém sentiu falta, só descobriram que ele morreu depois de uma semana, quando o fedor do corpo já invadia o apartamento da vizinha.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Ociosidade.

E lá vem neguinha me falar: "Pedro! Você é muito ocioso, vá praticar algum esporte!". Pois é, mas ninguém vê as coisas que eu realmente faço! Sou um esportista de primeira, oras! Véi, tá pensando que é mole virar doses e mais doses de cachaça? O braço cansa, filha! Por isso que só viro com o esquerdo, para igualar o exércício que já faço com o direito...

Outra: eu jogo buraco! Porra, tem que ter habilidade, todo um preparo físico para distribuir as cartas para os jogadores. Um esporte que já pratiquei certa vez: War! Sabe, aquele jogo fodão de tabuleiro, dados, etc? Exército azul, exército amarelo... então! Agora tenta jogar isso bebendo Red Fruits! Véi.... não é pra qualquer um, não senhor. Ainda mais se for pra beber pura só com duas pedrinhas de gelo. Cansa muito, ainda mais para focalizar os dados e lembrar de pegar a carta após a jogada. Eu mesmo devo ter perdido uns três quilos quando joguei!

Churrasco sábado à tarde! Puta que pariu, ficar naquele calor da churrasqueira num é brinquedo, não. Ainda mais se a maminha com dois dedos de gordura vem quente e você precisa daquela Skol estupidamente gelada para resfriar a língua? Sabe quantas calorias o organismo perde para resfriar a lingüiça dentro da barriga, e quanto perde para aquecer a Skol véu de noiva? Pois é, meu velho, não é todo mundo que agüenta!

E sinuquinha quarta-feira à noite com os amigos, comendo lingüiça e bebendo Coca-Cola? Outra: domingo à noite rodízio de pizza, ficar cortando uns vinte pedaços e ainda ter que mastigar!

Pois é, e ainda tem gente que diz que sou ocioso!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Religião?

- Pai.
- Diga, filho.
- Por que eu devo acreditar na bíblia?
- Ora, se você não acreditar, vai para o inferno!
- Por quê?
- Porque sim. Deus quer assim.
- O senhor já viu Deus?
- Não, meu filho. Deus está no céu!
- Mas olhopara as nuvens e não o vejo...
- Ele está além da nuvens, e não me faça mais perguntas!
- Se está além das nuvens... Ele está no espaço... Deus é um alienígena?
- Não, meu filho! Deus é o todo-poderoso, que nos criou!
- Mas e o Big Bang?
- É mentira.
- E a teoria da evolução?
- Também. Nós não viemos de macacos!
- Então de onde viemos?
- Adão e Eva foram os primeiros seres humanos, eles procriaram e se reproduziram!
- Quer dizer que os filhos deles se reproduziram com as filhas?
- Onde você aprendeu essas coisas?
- Li a bíblia e deduzi.
- Vá assistir televisão! Você está lendo demais!