segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

João e suas lembranças.

Quarentão, quase cinqüenta. Divorciado. A esposa tomou tudo do nosso pobre heróis. Hoje, vive num apartamento mínimo de dois cômodos. As cortinas sujas fechadas sempre, apenas com aquelez clarões azulado da tevê em seus rosto iluminava.

Sentado numa poltrona, apenas de cueca e camiseta, bebia sua Skol estupidamente quente. Na mesa de centro, entre o sofá e a televisão, um último pedaço de pizza na caixa que já estava ali desde o dia anterior. Os dias de João sempre era vazios, bebendo em frente à tevê e remoendo um passado em que se dizia feliz.

Domingo à noite. Não tomava banho desde quarta-feira. Um triste destino para quem um dia foi um brilhante advogado. A Gloria Maria, no Fantástico, falava sobre mais um caso de corrupção no Senado. Passado o sensasionalismo, agora uma reportagem em que o Zeca Camargo rodava lugares históricos de Paris. Conheceu tudo aquilo com sua mulher. Ex-mulher. E mais uma vez as lembranças lhe esfaqueavam pelas costas.

Chorava. Outra facada em seu orgulho cheio de cicatrizes abertas.

Cortou os pulsos. Morreu. Ninguém sentiu falta, só descobriram que ele morreu depois de uma semana, quando o fedor do corpo já invadia o apartamento da vizinha.

2 comentários:

Bruno Taumaturgo disse...

Uhn, achei interessante, vc mesmo que escreveu?

DouglasFerT disse...

Bom texto.

Alguns erros de portuguÊs poderiam ser facilmente corrigidos e assim daria uma maior importância para o Texto.

É triste a história de João, pelo menos o fim dela.
Como ele deixou-se abater? Como deixou-se viver apenas suas lembranças e esquecer que a vida ainda estava acontecendo para ele. Estava, não esta mais.
Triste história de João.