quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Hábitos que não mudam.

Não seria a primeira vez que faria aquilo. Não era mais o amador de anos atrás. Estava estressado com a esposa, com a cara feia do chefe no trabalho e com a idéia de que poderia estar enferrujado. A pelo menos três anos não fazia. Precisava relaxar e aquilo sempre o deixava com uma paz de espírito. Uma recaída, mas, mesmo assim, não seria nada demais.

Calçava quarenta, mas suas botas eram quarenta e quatro. Colocou jornal para não ficar tão frouxo. Assim pareceria mais alto e mais magro nas pegadas deixadas na terra. O céu estava limpo, mas mesmo assim usava capa de chuva. Também tinha luvas em sua mão. No rosto uma máscara de pano negra.

Segurava a faca com firmeza. Era invisível num beco escuro perto de algum bar na área pobre da cidade. Não havia muito movimento. Os carros passavam de meia em meia hora, quando passavam. Viu, então, uma bela mulher passando. Parecia uma porstituta. Casaco barato, botas até o joelho de couro brilhante, top vermelho, chiclete na boca, bolsa pequena e exagerados cabelos pretos. Ela passou pelo beco e logo foi atrás dela. Segurou-a por trás, colocando uma mão em sua boca, a outra, seguurando firme a faca, fez a lâmina lhe tortar a garganta. Outrogolpe, agoa à espinha da prostituta. Enfiou a faca e girou, e o sangue espirrou na barriga. Por último, usando a mão que lhe tampava a boca, quebrou o pescoço dela.

Saiu dali às pressas, voltando ao beco escuro. Tirou a capa de chuva ensangüentada e enfiou cuidadosamente num saco. Em seguida, colocou as botas. Havia outro par de sapatos escondidos estrategicamente. Calçou-os. A faca e a máscara foram para o mesmo saco da capa de chuva, assim como as luvas.

O saco era preto e grande. Levou até um grande tambor de lixo. Colocou o saco ali, em seguida, tirou uma pequena garrafa de álcool no bolso, derramando o líquido no lixo e em seguida o acendendo com um palito de fósforo.

Foi até o carro e logo dirigiu à sua cobertura na área nobre da cidade.

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